Bilionário não aparece para depor em CPI e terá passaporte retido

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Publicado Quinta, 17 de Junho de 2021 às 13:34, por: CdB

Wizard, apesar de ter conseguido o direito de ficar em silêncio, após decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite passada, optou por não comparecer ao depoimento. O empresário encontra-se nos Estados Unidos, em local não informado.

Por Redação - de Brasília

A CPI da Covid adiou, nesta quinta-feira, os depoimentos marcados do empresário Carlos Wizard, integrante do gabinete paralelo de Bolsonaro, e do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, responsável por estudo falso sobre mortes de covid-19. O adiamento foi motivado pela reunião do Plenário, que deve votar sobre a privatização da Eletrobras.

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O empresário Carlos Wizard simplesmente não compareceu para depor, na CPI da Covid

Wizard, apesar de ter conseguido o direito de ficar em silêncio, após decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite passada, optou por não comparecer ao depoimento. O empresário encontra-se nos Estados Unidos, em local não informado.

Coercitivo

Presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM) abriu a sessão com críticas ao depoente que não compareceu.

— O Carlos Wizard está achando que conseguir habeas corpus é que nem ir na quitanda. Isso é um desrespeito à CPI — disse.

Aziz oficializou a um juiz criminal a condução de Carlos Wizard, com possível uso da força pública – ou seja, de maneira coercitiva. Ele também pediu retenção do passaporte do empresário assim que chegar ao Brasil.

Na véspera, os senadores da CPI da Covid aprovaram uma série de requerimentos, entre eles, o que promove a quebra de sigilos fiscal e bancário de Carlos Wizard, que já teve o sigilo telefônico quebrado. O empresário é um dos integrantes do chamado ‘gabinete paralelo’, que aconselhou o presidente da República a tomar decisões negacionistas.

Relatório falso

A CPI da Covid também ouviria, nesta tarde, o auditor do TCU Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, que repassou um estudo falso sobre covid-19 aos filhos de Jair Bolsonaro, de quem é amigo, e foi usado nas redes sociais do presidente. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que “em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid, segundo o TCU”.

No início da noite passada, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu a Silva Marques um habeas corpus que garante ao auditor do TCU o direito de ficar em silêncio na CPI da Covid. Com a possibilidade do depoente se calar e sessão marcada no Plenário, Aziz decidiu remarcar o depoimento.

A situação, constrangedora para o tribunal, levou a presidente da autarquia, Ana Arraes, a afastar Silva Marques por 60 dias, instaurar processo administrativo disciplinar e pedir à Polícia Federal a abertura de investigação “para apurar eventuais ilícitos penais”. Em nota divulgada no dia 7, o TCU informou que “não há informações em relatórios do tribunal que indiquem que em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por covid, conforme afirmação do presidente Jair Bolsonaro”.

“O TCU reforça que não (o grifo é da própria nota do TCU) é o autor de documento que circula na imprensa e nas redes sociais intitulado ‘Da possível supernotificação de óbitos causados pela covid-19 no Brasil’”. O órgão enfatizou ainda que o documento era “uma análise pessoal de um servidor do tribunal compartilhada para discussão e não consta de quaisquer processos oficiais”.

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