Rio de Janeiro, 20 de Setembro de 2024

Atitude de GDias apressou demissão do militar, que se defende

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Quinta, 20 de Abril de 2023 às 17:02, por: CdB

Enquanto essa reunião ocorrida, o militar aguardava na antessala do gabinete presidencial. Na conversa, Lula deixou claro a seus ministros e auxiliares queria ouvir o general, de quem é amigo há 20 anos, antes de tomar qualquer decisão. Diante do que o general expôs, não sobrou dúvida ao comandante em chefe das Forças Armadas.


Por Redação - de Brasília

A atitude do general Gonçalves Dias, o GDias, como é chamado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 8 de janeiro com relação aos criminosos que invadiram o Palácio do Planalto e perante seus subordinados, responsáveis pela segurança do Palácio do Planalto, apressou a decisão da cúpula do governo para retirá-lo do cargo.

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Na gravação, divulgada no canal norte-americano de TV CNN, o general GDias aparece circulando pelo Palácio do Planalto, em meio à invasão


GDias pediu demissão ao presidente no início da noite passada, depois de uma conversa a sós entre eles em seguida a outra conversa ocorrida, pouco antes com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), os ministros Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, Rui Costa, da Casa Civil, Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos.

Enquanto essa reunião ocorrida, o militar aguardava na antessala do gabinete presidencial. Na conversa, Lula deixou claro a seus ministros e auxiliares queria ouvir o general, de quem é amigo há 20 anos, antes de tomar qualquer decisão. Diante do que o general expôs, não sobrou dúvida ao comandante em chefe das Forças Armadas em aceitar o pedido de demissão do oficial.

Decepção


Ao entregar seu pedido de exoneração, o general argumentou que estava no terceiro andar, onde fica o gabinete presidencial, como mostraram as imagens reveladas no canal norte-americano de TV CNN, para retirar os criminosos de lá. A explicação de GDias, porém, não convenceu o presidente.

O presidente não escondeu de seus ministros e auxiliares mais próximos a decepção com o general após o encontro. Quando era major e tenente-coronel, GDias atuou na segurança pessoal de Lula entre 2003 e 2009. O general voltou a atuar na segurança de Lula durante a campanha para as eleições do ano passado.

Em uma entrevista a jornalistas, nesta manhã, GDias disse que sua atitude era uma forma de preservar o gabinete presidencial, que chamou de “coração do Planalto”. O então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) aparece nas gravações apontando uma saída pela escada a invasores, mas sem confrontar nem dar imediata voz de prisão a eles. Parte da equipe de militares do GSI na ocasião ainda cumprimentou e forneceu água aos extremistas.

Golpistas


Em sua defesa, o ex-ministro alega que, nas imagens capturadas por câmeras de vigilância do Palácio do Planalto, aparece verificando se salas usadas pela equipe presidencial estavam fechadas ou haviam sido violadas e que, ao encontrar extremistas que haviam promovido depredações, ordenou que descessem do terceiro para o segundo andar, onde policiais militares e soldados do Exército efetuavam detenções.

— Havia mais de 250 pessoas aqui dentro. Preservamos o terceiro piso todinho. O coração do Planalto foi preservado, toda a ala do gabinete pessoal do presidente e o quarto piso (andar dos ministros) foi preservado por completo — defendeu-se GDias.

O ex-ministro afirmou, ainda, que mandou apurar a conduta de agentes militares do próprio GSI, entre eles de um major do Exército que aparece fazendo um sinal de positivo com as mãos aos golpistas, cumprimentando outros e oferecendo um refresco: garrafas de água.

— Aquilo é um desvio de atitude, tem que ser punido — resumiu o ministro demissionário.

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