Após envolvimento com Queiroz, Bolsonaro agora responde por fraude

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Publicado Quarta, 06 de Fevereiro de 2019 às 12:55, por: CdB

Flávio Bolsonaro teria declarado imóveis ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com valores supostamente abaixo do real.

 
Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
  A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu, nesta quarta-feira, um inquérito da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro que investiga o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) por falsificação de documento público para fins eleitorais.
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Queiroz, ao lado do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), é alvo de investigação policial
O caso tramitava desde março de 2018 na Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (PRE-RJ) e apurava suposto crime eleitoral praticado por Flávio Bolsonaro ao declarar imóveis comprados por meio de "negociações relâmpago" ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com valores supostamente abaixo do real. Ainda há, no inquérito vazado para a mídia conservadora, a citação de que as negociações teriam resultado em aumento do patrimônio do atual senador. No inquérito pesa, ainda, a suspeita de lavagem de dinheiro. Em novembro de 2018, a PRE-RJ havia encaminhado a investigação para a PF para que fossem cumpridas diligências para apuração dos fatos, entre elas, a oitiva de Flávio Bolsonaro. O prazo estipulado pela Procuradoria, à época, era de 60 dias para cumprimentos dessas medidas investigatórias. No documento encaminhado à PF, ainda em novembro de 2018, os promotores afirmam que Flávio Bolsonaro, uma vez eleito senador, seria investigado pela PGR, para onde os autos foram encaminhados para análise sobre a existência de foro privilegiado, por prerrogativa de função.

Prerrogativa

Com o recebimento do inquérito, a PGR irá agora analisar se o caso permanece no Rio de Janeiro ou se passa a tramitar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No Rio, o promotor Cláudio Calo — que investigaria as ligações entre Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz e a milícia — decidiu deixar o caso. Ele se diz suspeito para conduzir o processo, porque se reuniu com o senador após sua eleição, “para discutir propostas de projeto de lei de combate à corrupção”.

Contumaz

Segundo afirmou, o encontro ocorreu no dia 30 de novembro, antes de ser divulgado o relatório do Conselho de Controle da Atividade Financeira (Coaf) que apontou a movimentação atípica na conta de Queiroz, em valores acima de R$ 1,2 milhão. O promotor compartilhou, ainda, duas mensagens de Bolsonaro, nas quais anuncia entrevistas na TV. Também replicou a publicação do vereador Carlos Bolsonaro (PSC) em que ele compara gastos da viagem do presidente Jair Bolsonaro a Davos com os feitos por Dilma Rousseff ao mesmo destino. Na véspera, o PSOL chegou a entrar com um requerimento no Ministério Público do Rio Janeiro pedindo a substituição do promotor no caso. Segundo o partido, Calo “é um apoiador contumaz dos políticos Bolsonaro, do ministro Sergio Moro e de outras figuras da direita brasileira — e faz questão de mostrar isso nas redes sociais”.
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