Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Com apelido de chefe do tráfico, Marcola processa agressão da direita

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Terça, 17 de Setembro de 2024 às 21:42, por: CdB

O cientista político pede que Yamauchi seja condenado a pagar R$ 20 mil pela reparação. O executivo relata que o candidato à prefeitura no interior paulista tem promovido uma confusão entre os apelidos de maneira proposital

Por Redação – de Brasília

O cientista político Marco Aurélio Santana Ribeiro, com o apelido de ‘Marcola’ – igual ao do chefe de uma organização criminosa, que é o chefe do Gabinete Pessoal do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entrou com processo judicial em que pede a indenização por danos morais contra o candidato do MDB à Prefeitura de Diadema (SP), Taka Yamauchi.

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Marco Aurélio Santana Ribeiro, secretário do presidente Lula, vai à Justiça contra a ultradireita

Ribeiro acusa o emedebista de uma corrente de ultradireita, dentro da legenda, de associar seu nome ao de Marcos Willians Herbas Camacho, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), também conhecido por ‘Marcola’. O cientista político pede que Yamauchi seja condenado a pagar R$ 20 mil pela reparação. O executivo relata que o candidato à prefeitura no interior paulista tem promovido uma confusão entre os apelidos de maneira proposital, criando a impressão equivocada de que ele e o PT têm ligações com facções criminosas.

No debate entre candidatos à prefeitura realizado em 23 de agosto, Yamauchi afirmou que “o Brasil vem sofrendo há muito tempo com crime organizado” e que “o tal de Marcola lá de Brasília” teria enviado dinheiro de forma irregular ao município de Diadema. A declaração ocorreu após reportagem do portal de notícias UOL, de ultradireita, afirmar que Lula teria priorizado cidades governadas pelo PT ou por aliados na distribuição de verbas de ministérios. Diadema seria uma delas. A publicação, no entanto, não fazia qualquer menção a facções.

 

Ardiloso

“A expressão ‘crime organizado’ conjugada ao nome de ‘Marcola’ produz em qualquer brasileiro o efeito imediato de remeter, como já se disse, ao conhecido líder de uma das maiores facções criminosas em atividade no Brasil”, afirmam os advogados de Ribeiro, na ação ingressada junto ao Foro de Diadema, nesta terça-feira.

“Da forma ardilosa como foi colocada, a expressão induz, portanto, o ouvinte a uma interpretação equivocada: a de que o ‘Marcola’ que exerce cargo oficial de elevada responsabilidade —o autor [da ação], portanto— seria, ao mesmo tempo, uma liderança de uma facção criminosa”, acrescenta.

Marcola, representado em sua defesa pelo escritório Ricomini Piccelli Advocacia, ainda afirma, por fim, que se o emedebista não tivesse o intuito de atingir sua honra e reputação, não teria mencionado seu nome logo após usar a expressão “crime organizado”.

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