As forças russas dispararam 88 mísseis e 63 drones Shahed, dos quais apenas 37 e 55 foram abatidos, informou a Força Aérea ucraniana, uma proporção pior do que o habitual, que pode refletir o uso generalizado de mísseis hipersônicos e balísticos que são mais difíceis de derrubar.

Enquanto isso, os líderes dos 27 países da União Europeia se reúnem entre esta quinta e sexta-feira em Bruxelas para discutir questões de segurança e defesa, sobretudo ligadas às ameaças da Rússia.

Destaca-se que o sistema de mísseis Arman "pode enfrentar simultaneamente seis alvos a uma distância de 120 a 180 km", enquanto o sistema de mísseis Azarakhsh "pode identificar e destruir alvos (…) com um alcance de até 50 km com quatro mísseis prontos a disparar".

A série de ataques provocou diversos danos em casas e edifícios residenciais, além de fábricas. Em Kiev, diversas pessoas precisaram se abrigar em estações de metrô, diante da ameaça.

Os disparos ocorrem em meio a um aumento de tensão na península da Coreia ocorrido nos últimos dias, a maior desde que a Coreia do Norte bombardeou Yeonpyeong, em 2010. No comunicado divulgado neste sábado, o exército sul-coreano atribui o aumento das tensões ao vizinho do norte.

Relatos apontam que um foguete russo atingiu uma das escolas do distrito de Osnovyansk, em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia. Após a ofensiva, uma parte do prédio de dois andares desabou. O míssil também danificou pelo menos três casas perto da instituição.

"Segundo a informação atualizada, 12 adultos e duas crianças foram mortos em Belgorod. 108 pessoas ficaram feridas, incluindo 15 crianças", comunicou o Ministério para Situações de Emergência da Rússia no seu canal Telegram.

O ataque "mostra mais uma vez o terrível preço que os civis estão pagando, 20 meses após a invasão russa", lamentou a porta-voz do gabinete da ONU, Liz Throssell, em conferência de imprensa.

A divisão Galizien, cujo quartel-general ficava na região ucraniana da Galícia, é conhecida por ter cometido crimes de guerra contra milhares de civis poloneses durante a Segunda Guerra Mundial e por recrutar soldados eslavos para as fileiras do Terceiro Reich.

Zelensky, que cresceu na cidade produtora de aço com uma população pré-guerra de mais de 600 mil habitantes, afirmou que os ataques atingiram um prédio residencial e um prédio universitário.

O chefe de Estado, que divulgou a informação na chegada à cúpula da Otan, em Vilnius, na Lituânia, justificou esse passo suplementar em equipamento militar, pela situação no terreno e pela contraofensiva ucraniana na busca de recuperar território ocupado pela Rússia.

Um míssil de cruzeiro foi abatido perto da cidade de Kerch, na península da Crimeia, sem causar danos ou vítimas, escreveu o governador instalado da Rússia, Sergei Aksyonov, no aplicativo de mensagens Telegram. Ele não especificou de onde o míssil foi lançado.

Embora Lviv esteja no Oeste da Ucrânia, relativamente longe das linhas de frente no Sul e Leste do país, a cidade foi também alvo de ataques desde a invasão russa, que começou em 24 de fevereiro de 2022.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que o ataque com mísseis russos durante a visita de líderes africanos a Kiev é um sinal para a África de que a Rússia quer mais guerra, não a paz.

Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, disse que duas pessoas foram mortas na cidade de Kramatorsk e uma na cidade industrial de Kostiantynivka.

Um depósito de alimentos foi incendiado por um míssil na cidade de Odessa, no Mar Negro, onde autoridades relataram que três pessoas ficaram feridas.

Os alarmes aéreos soaram durante a madrugada em todo o país. Os ataques das forças russas atingiram Kiev e nove regiões no centro, Sul e Oeste da Ucrânia.

Durante a manhã desta sexta, os alarmes de ataque aéreo foram ativados em toda a Ucrânia e as autoridades pediam para que os moradores ficassem nos refúgios por conta de um "maciço ataque com mísseis".

A intensificação dos disparos ocorre um dia após os países ocidentais anunciarem o envio de tanques de guerra para Kiev. Os Leopards da Alemanha, que estavam em posse da Polônia, devem chegar ao território ucraniano entre o fim de março e o início de abril. Já os Estados Unidos enviarão Abrams M1.

Em nova onda de ataques russos de larga escala, Ucrânia afirma que mais de 120 mísseis foram disparados a fim de "destruir infraestrutura crítica e matar civis em massa". Capital e outras cidades ficam sem energia.