A explosão, que ocorre em meio a um enorme esforço de retirada de pessoas do Afeganistão após a tomada do país pelo Talebã, parece ter sido causada por um ataque suicida com bomba, disseram autoridades norte-americanas, citando um relatório inicial.

Os alertas foram divulgados depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter dito que os rebeldes talibãs tinham se comprometido a permitir a saída de cidadãos dos Estados Unidos e afegãos em risco no país após 31 de agosto.

Desde o dia 15 de agosto, quando o Talebã tomou o poder em Cabul, cenas de desespero se repetem dia após dia no aeroporto da capital. Milhares de pessoas correram em direção ao local na esperança de deixar o país que volta a ser comandado pelo grupo extremista.

Troca de tiros envolveu homens armados não identificados, guardas afegãos e soldados norte-americanos e alemães. Outros três afegãos ficaram feridos. Milhares de pessoas ainda se aglomeram nos arredores do aeroporto.

O tempo para retirada das tropas dos EUA antes do prazo de 31 de agosto fixado pelo presidente Joe Biden está se esgotando. Biden não deu indícios de estar pensando em prorrogar o prazo, apesar de ele ter emitido um novo compromisso para evacuar não apenas os norte-americanos do Afeganistão.

Uma semana após chegada do Talebã, Berlim envia helicópteros para ajudar retirada. Itamaraty tenta resgatar dois brasileiros. Bebê entregue a soldado americano no muro do aeroporto volta ao pai.

Força Aérea norte-americana investiga caso e vai analisar vídeos, incluindo os que supostamente mostram pessoas caindo da aeronave militar momentos depois da decolagem do aeroporto da capital afegã.

Do dia 6 a 14 de agosto os talebãs tomaram controle de todas as capitais provinciais, e no dia 15 entraram em Cabul, ocupando todas as principais instalações, exceto o aeroporto, onde milhares de pessoas, sob proteção das forças norte-americanas, esperam uma oportunidade para evacuação.

A chanceler alemã, Angela Merkel, se reuniu com membros de seu partido para avaliarem a situação atual no Afeganistão. Ela teria então informado que Berlim planejava retirar até dez mil pessoas do país, que passariam a ser responsabilidade do Estado europeu.

No dia seguinte ao colapso do governo afegão, milhares de civis tentaram embarcar em aviões para escapar do grupo islâmico. Tropas norte-americanas disparam tiros para o alto, e testemunhas relatam ao menos cinco mortes.

Os servidores do governo dos EUA receberam a ordem de destruir materiais sensíveis como artigos que "poderiam ser usados indevidamente em esforços de propaganda” das forças nativas, com a orientação de eliminar qualquer material confidencial que contivesse a bandeira de estrelas e listas.

Um grupo de dez representantes do Talebã encontrava-se no palácio presidencial, em Cabul, segundo relato das agências internacionais de notícias, em negociações com o que restou do governo afegão aliado aos EUA.

Um alto funcionário do Afeganistão foi assassinado nesta sexta-feira pelo Talebã, sendo a última vítima de uma série de ataques contra funcionários do país promovidos pela organização terrorista.

Com a retirada das tropas das forças militares norte-americanas do Afeganistão, o Talebã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) tem conseguido capturar vários territórios afegãos, mas ainda não há confirmação do domínio de nenhuma capital provincial.

O aeroporto de Cabul, no Afeganistão, foi equipado neste domingo com um sistema de defesa antiaérea para conter foguetes, enquanto o Talebã avança com uma ofensiva violenta por todo o país.

O movimento Talebã, que controla mais de 70% da fronteira com o Tajiquistão, garante a segurança e a não interferência, enquanto a porcentagem de territórios controlados pode aumentar, afirmou o porta-voz do movimento, Zabiullah Mujahid.

Os talebãs assumiram a responsabilidade do atentado e informaram que, depois da primeira explosão com um carro-bomba na área de Green Village.

O ataque começou horas depois que o presidente afegão, Ashraf Ghani, anunciou em uma conferência internacional de dois dias convocada pela ONU em Genebra vários passos para um possível processo de paz com os talebãs, entre eles a formação de uma equipe de 12 negociadores.

O atentado mais grave foi o registrado em janeiro, quando os talebãs explodiram uma ambulância perto do antigo Ministério de Interior, onde ainda operam algumas dependências oficiais, ataque que deixou mais de uma centena de mortos.

Os xiitas, especialmente a minoria étnica hazara, são alvos frequentes de ataques insurgentes, muitos deles cometidos pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).