Seis meses após rompimento de barragem da Vale, moradores e familiares de vítimas buscam compensação por danos sofridos e exigem punição dos responsáveis pela tragédia. Bombeiros ainda procuram 22 desaparecidos.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, cônjuge, filhos e pais vão receber R$ 700 mil, individualmente.

Para o grupo, o Flor Amarela tornou-se um símbolo da força e resiliência que deve seguir inspirando as mulheres atingidas pelo desastre ambiental.

De acordo com a corporação, no bolso da calça havia um documento de identidade que confere com um dos nomes da lista das pessoas ainda não encontradas após o desastre. 

Depois de quase 120 dias de trabalho e 18 audiências, o indiciamento de 14 pessoas, entre elas, executivos da Vale, é um dos pontos do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Desde o rompimento da barragem da Vale no Córrego do Feijão, o fluxo de turistas que visitam a região diminuiu significativamente, prejudicando diversos empreendimentos e a economia local.

Os valores das indenizações, bem como outros detalhes do termo de compromisso, não foram divulgados sob a justificativa de preservar a segurança e a privacidade dos atingidos.

A Vale não planeja voltar a operar em todas estas estruturas interditadas e algumas delas estão em processo de descomissionamento.

De acordo com o advogado Paulo Korte, que representa a família no processo, a ação cobra R$ 10 milhões para cada vida, incluindo a do bebê.

Em todo o Estado, são mais de mil atingidos pelas evacuações. Além dos 271 de Brumadinho, 755 moradores de outras cidades estão fora de suas casas.

As medidas visam apreender documentos, mídias e outros elementos que guardem relação à tragédia, afirmou.

Em decorrência do episódio, a Vale responde a processo na Justiça por reparação de danos às vítimas e ao meio ambiente. A empresa já teve mais de R$ 13 bilhões bloqueados por decisão judicial.

A tragédia de Brumadinho ocasionou, além da morte de funcionários da mineradora e moradores da cidade, a contaminação do Rio Paraopeba.

A previsão inicial é que os brasileiros permaneçam durante 30 dias no local. O grupo é composto por 20 bombeiros da equipe de busca e salvamento da Força Nacional de Segurança Pública e mais 20 militares mineiros.

Segundo a empresa, o mais recente bloqueio foi determinado ainda na sexta-feira pela 1ª Vara Civil da Comarca de Nova Lima (MG), “visando resguardar a reparação de danos causados às pessoas atingidas.

Dados recolhidos pela Fundação S.O.S. Mata Atlântica — que monitora o impacto ambiental da tragédia através de uma expedição pelo Rio Paraopeba (afluente do Velho Chico) — mostram que alguns trechos do Alto São Francisco já estão com água imprópria para consumo humano e animal.

Pela estimativa do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, os trabalhos deverão se estender por três a quatro meses após o rompimento.

O intuito das entidades é participar de audiências públicas, debates, intervenções culturais e atos para impedir que a tragédia de Brumadinho caia no esquecimento.

A água do rio Paraopebas, que alimenta a usina de Retiro Baixo, está completamente tomada pela lama. Moradores de cidades mineiras, que usavam o manancial para abastecimento, ainda sofrem com a tragédia.

Três exames laboratoriais indicaram uma elevada quantidade de alumínio nos corpos dos agentes, enquanto um quarto identificou a presença de cobre.