Zambelli é denunciada por crime contra o CNJ e falsidade ideológica

Arquivado em:
Publicado Terça, 23 de Abril de 2024 às 18:22, por: CdB

A denúncia, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta que Zambelli "comandou a invasão de sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário, mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários ao cumprimento de tal mister".


Por Redação - de Brasília

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta sexta-feira, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto sob acusação dos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. A investigação foi aberta após a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e concluída pela Polícia Federal (PF) no fim de fevereiro. O inquérito apurou que Zambelli contratou os serviços de Delgatti com esse objetivo.

carla-2.jpeg
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) também é alvo de uma ação por uso indevido de arma de fogo


A denúncia, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta que Zambelli "comandou a invasão de sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário, mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários ao cumprimento de tal mister".

Já sobre Delgatti, ele diz que, sob o comando de Zambelli "emitiu documentos ideologicamente falsos, com o fim de prejudicar direitos”. A denúncia estabelece como Delgatti conseguiu invadir o sistema do CNJ por meio de credenciais de outros funcionários da autarquia e, em 4 de janeiro de 2023, incluiu três alvarás de soltura falsos.

 

Credencial


Delgatti também inseriu no Banco Nacional de Mandados de Prisão uma ordem de detenção preventiva falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes por "organização criminosa". Essa credencial forjada foi elaborada a partir do acesso a outra credencial de um funcionário do CNJ.

"A inclusão do falso mandado de prisão ocorreu a partir de uma credencial forjada, com privilégios de magistrado, criada pelo denunciado. É nítido o objetivo de alimentar posicionamentos infundados sobre o pleito eleitoral e desdourar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), seus magistrados e o CNJ, com isso agitando e engajando seguidores da denunciada", acrescenta Gonet.

Em agosto do ano passado, Delgatti e Zambelli foram alvos de operação da PF. A parlamentar, uma das principais aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi alvo de mandado de busca e apreensão. O hacker permanece preso, desde então.

 

Invasões


Dados de transações financeiras entregues à PF por Delgatti mostraram que pessoas próximas Zambelli repassaram R$ 13,5 mil ao hacker. Os dois são suspeitos de atuar em uma trama que mirava Moraes e resultou na invasão dos sistemas do CNJ; além da inserção dos alvarás de soltura falsos.

Ao ser indiciada, a defesa de Zambelli negou as alegações. "Ela jamais fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões a sistemas ou praticasse qualquer ilicitude. Aliás, a arbitrária interpretação deduzida pela autoridade policial asseverando que a deputada tenha recebido eventualmente documentos, não evidencia adesão ou qualquer tipo de colaboração, ainda mais que ficou demonstrado que não houve qualquer encaminhamento a terceiros", argumentou a defesa, à época.

Já a defesa de Delgatti disse que "não se surpreende com o indiciamento”.

"Desde sua prisão, Walter confessa sua participação na invasão da plataforma do CNJ. O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a Justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele", concluem os advogados, em nota

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo