Publicado Quarta, 05 de Outubro de 2022 às 08:19, por: CdB
O governo de Moscou ainda nomeou os governadores interinos para os locais: Denis Pushilin liderará Donetsk; Leonid Pasechnik assumirá Lugansk; Jevhen Balitsky irá para Zaporizhia; e Vladimir Saldo para Kherson.
Por Redação, com ANSA - de Moscou
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, firmou nesta quarta-feira as quatro leis que ratificam unilateralmente a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson ao território russo.
Putin assinou as quatro leis de anexação de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia
"As fronteiras dos novos sujeitos da Federação Russa, como resulta dos tratados, serão determinados pelas fronteiras que existiam no dia da sua formação e aceitação", diz o texto repercutido pela agência estatal de notícias Tass - sem delimitar exatamente quais serão essas áreas, já que muitas cidades estão sendo retomadas pelas forças ucranianas e as tropas russas não controlam plenamente nenhuma das quatro regiões.
O governo de Moscou ainda nomeou os governadores interinos para os locais: Denis Pushilin liderará Donetsk; Leonid Pasechnik assumirá Lugansk; Jevhen Balitsky irá para Zaporizhia; e Vladimir Saldo para Kherson.
Assim como fez em seu discurso no dia dos resultados dos referendos, Putin voltou a dizer que a votação "foi perfeitamente transparente, convincente e objetiva" e que os êxitos "não serão colocados em discussão".
No entanto, as consultas populares não são reconhecidas por nenhum grande país, que chamaram os referendos de "fraudes", e nem pelas Nações Unidas, que afirmam que eles "não têm base legal" por ocorrerem em áreas de conflito ativo.
Após o anúncio do Kremlin, o chefe do Gabinete presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, afirmou ao portal Unian que "as leis sobre a aceitação das regiões ucranianas que a Rússia de Putin quer anexar não valem nem no papel em que foram assinadas".
– A Ucrânia vai retomar todos os seus territórios. O manicômio coletivo pode continuar a viver em um mundo imaginário. Voltemos à realidade e nós vamos retomar tudo que é nosso – acrescentou.
União Europeia
No mesmo dia em que Putin formalizou as leis de anexação, a União Europeia anunciou que conseguiu apoio unânime para um novo pacote de sanções contra a Rússia, o oitavo desde o início da guerra na Ucrânia em 24 de fevereiro.
Entre as principais medidas, está um teto de preços para o petróleo vindo da Rússia e transportado via oleodutos com o objetivo de "reduzir receitas" do Kremlin. Também há a proibição de uma série de produtos russos, com um impacto estimado de 7 bilhões de euros, e o veto à exportação de determinados itens para a Rússia, especialmente na área de tecnologia.
A decisão foi tomada durante a reunião do Coreper, que reúne representantes de todos os 27 países-membros, e o novo pacote em si deve ser aprovado por procedimento escrito por todas as nações.
Grande crítica ao novo pacote de sanções, a Hungria informou que concordou com as medidas porque existiram "isenções" ao país.
– As novas sanções da UE não danificam os interesses da Hungria porque foram concedidas isenções de qualquer nova sanção da UE que poderia violar os nossos interesses e colocar em perigo o nosso fornecimento energético – disse o ministro das Relações Exteriores do país, Péter Szijjártó.
Diferentemente de todos os outros 26 Estados-membros da União Europeia, a Hungria até aumentou as compras de gás e petróleo russos justificando a segurança energética do país.