Rio de Janeiro, 20 de Setembro de 2024

Em vídeo, Janones mostra que Bolsonaro defende assassinos de mulheres

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Domingo, 28 de Agosto de 2022 às 12:42, por: CdB

O júri levou em conta o fato de o crime ter um motivo torpe: Albuquerque Neto queria eliminar a deputada para que  pudesse ocupar sua vaga, no Parlamento. Bolsonaro foi um dos 29 deputados que prestaram apoio ao assassino durante o processo de cassação de seu mandato.

Por Redação - de Brasília
Deputado e ex-candidato à Presidência da República, o advogado André Janones (Avante-MG) compartilhou neste domingo, em suas redes sociais, o vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) sai em defesa do ex-deputado federal Talvane Albuquerque Neto, que estava preso desde 2012 até janeiro do ano passado, condenado pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal de Alagoas pelo assassinato da também deputada federal Ceci Cunha e outros três familiares dela.
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A deputada Ceci Cunha foi assassinada, a mando do primeiro suplente, Talvane Albuquerque, elogiado por Bolsonaro
O júri levou em conta o fato de o crime ter um motivo torpe: Albuquerque Neto queria eliminar a deputada para que  pudesse ocupar sua vaga, no Parlamento. Bolsonaro foi um dos 29 deputados que prestaram apoio ao assassino durante o processo de cassação de seu mandato. Assista ao vídeo

Mandante do crime

O caso aconteceu em 1998. A deputada Ceci Cunha, recém-eleita, foi chacinada em casa, com mais duas pessoas, a mando do primeiro suplente, Talvane Albuquerque, que assumiu o mandato em seu lugar. Segundo as investigações, o primeiro alvo do assassino seria o deputado federal Augusto Farias, que tomou conhecimento do plano e acabou frustrando a ação dos envolvidos. A deputada Ceci Cunha, segundo a acusação, seria uma espécie de plano B. Após o crime, Pedro Talvane ainda chegou a tomar posse na Câmara Federal, em fevereiro de 1999, mas foi cassado no dia 8 de abril por quebra de decoro parlamentar.
Bolsonaro aparece em outra mensagem:
Assista até o fim

Memória

Na época, um pistoleiro de aluguel conhecido por ‘Chapéu de Couro’ confessou em depoimento à polícia que foi procurado para fazer o serviço. A Polícia Federal não teve dúvida. O político tinha encomendado aquela morte. Ele foi condenado em 2012. Uma comissão da Câmara recomendou sua cassação. O caso foi a plenário e a medida foi aprovada por 425 a 29. Apenas um, Bolsonaro, foi ao microfone defender o assassino. Pedro Talvane Albuquerque Neto foi condenado em 2012 pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal de Alagoas. Os jurados reconheceram a acusação de que o crime foi planejado porque ele não se conformava em não ter sido eleito e acabou como primeiro suplente de deputado. Com a morte, Albuquerque poderia obter o cargo. A deputada Ceci Cunha, seu marido, Juvenal Cunha da Silva; o cunhado Iran Carlos Maranhão Pureza; e a mãe de Iran, Ítala Neyde Maranhão foram assassinados a tiros no dia 16 de novembro de 1998. No momento do crime, as vítimas preparavam uma comemoração na casa de Iran, no bairro Gruta de Lourdes, em Maceió. Ceci seria diplomada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) nesse dia.

Condenado

O ex-deputado Talvane Albuquerque foi condenado a 103 anos e quatro meses de reclusão como autor intelectual. Além dele, Jadielson Barbosa da Silva e José Alexandre dos Santos foram condenados a 105 anos; Alécio César Alves Vasco, a 86 anos e cinco meses; e Mendonça da Silva a 75 anos e sete meses. Todos os acusados foram condenados a cumprir pena em regime fechado. Esta não foi a primeira vez que Jair Bolsonaro defendeu assassinos na Tribuna da Câmara. Em 27 de outubro de 2005 ele subiu ao plenário para discursar em apoio ao assassino de aluguel e miliciano, Adriano Nóbrega, chefe de milícia de Rio das Pedras, região de onde veio Fabrício Queiroz, o faz tudo da família. Adriano tinha sua mãe e ex-mulher nomeadas como funcionárias fantasmas no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Adriano chefiava também o “escritório do crime”, uma central de assassinatos de aluguel das milícias que tinha também como participante, Ronnie Lessa, vizinho de Jair Bolsonaro na Barra da Tijuca e que esteve envolvido no assassinato da vereadora Merielle Franco e de seu motorista. Adriano Nóbrega acabou sendo morto numa operação da polícia no interior da Bahia. Ele era um ex-PM e exímio atirador.
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