Publicado Quarta, 11 de Agosto de 2021 às 14:15, por: CdB
O voto impresso, que se transformou na principal obsessão de Jair Bolsonaro, era peça central nas ameaças e nos ataques do presidente ao sistema eleitoral brasileiro e à realização do pleito de 2022. Na Câmara, foram 229 votos favoráveis à PEC, 218 contrários e uma abstenção.
Por Redação - de Brasília
O vice-presidente Hamilton Mourão classificou como “encerrado” o debate sobre o voto impresso, um dia depois de a Câmara dos Deputados rejeitar a PEC de autoria da bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF).
Mourão vem partindo para a ofensiva, desautorizando políticas e declarações da ala mais aloprada do governo Bolsonaro
“Acho que o assunto foi colocado, a própria Justiça Eleitoral acho que ela vai se esforçar para, dentro do processo que existe, dar mais publicidade e transparência. Acho que, no final das contas, saímos bem disso aí”, disse o general, nesta quarta-feira, ao chegar ao Palácio do Planalto.
— Assunto está encerrado. Congresso decidiu, está decidido — acrescentou Mourão.
O voto impresso, que se transformou na principal obsessão de Jair Bolsonaro, era peça central nas ameaças e nos ataques do presidente ao sistema eleitoral brasileiro e à realização do pleito de 2022. Na Câmara, foram 229 votos favoráveis à PEC, 218 contrários e uma abstenção. Para que a proposta fosse aprovada, precisava de ao menos 308 votos (3/5 dos deputados).
Impressora
Nesta quarta, apesar da derrota entre os deputados, Bolsonaro tornou a indicar que não aceitará o resultado das eleições do ano que vem.
— A gente não pode deixar que meia dúzia de funcionários, numa sala escura, conte os votos e decida as eleições — afirmou a apoiadores no ‘cercadinho’ do Palácio da Alvorada.
De acordo com o vice, "seria extremamente ridículo" caso a parada militar tivesse sido realizada com esse objetivo.
‘Ridículo’
Ao se referir aos veículos utilizados pela Marinha, ele sugeriu, em tom irônico, que a parada pode ter sido planejada pela Força "no intuito de receber maiores recursos para dar uma melhorada" no material bélico com o qual as Forças Armadas contam, em caso de algum conflito internacional.
— A Marinha quis fazer uma homenagem para o presidente, vejo dessa forma. Acho que estava marcado antes isso aí. Se fosse para ser colocado como uma forma de pressão no Congresso, seria extremamente ridículo. Então não vejo dessa forma — conclui Mourão, que não foi convidado para o desfile militar, na Esplanada dos Ministérios.