Uber: ex-chefe de segurança é condenado por esconder vazamento de dados

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Publicado Sexta, 07 de Outubro de 2022 às 08:23, por: CdB

Ao todo, duas brechas na segurança da companhia de viagens ocorreram em 2016. Porém, os investigadores federais só tinham conhecimento da primeira. Segundo as informações divulgadas pelo Ars Technica, assim que Joe Sullivan descobriu sobre o segundo ataque, ele tentou disfarçar o acontecimento.

Por Redação, com Tecnoblog - de São Francisco

Após alguns dias de deliberação, um júri de seis homens e seis mulheres chegou à decisão de condenar Joe Sullivan, ex-chefe de segurança da Uber. O crime definido é o de obstruir a investigação de reguladores federais ao esconder um enorme vazamento de dados. Sendo assim, é possível que o indivíduo seja o primeiro executivo a ser processado por um crime de hack.
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Executivo pagou US$ 100 mil para os hackers e fingiu que ataque havia sido apenas um teste planejado pela empresa de viagens
Ao todo, duas brechas na segurança da companhia de viagens ocorreram em 2016. Porém, os investigadores federais só tinham conhecimento da primeira. Segundo as informações divulgadas pelo Ars Technica, assim que Joe Sullivan descobriu sobre o segundo ataque, ele tentou disfarçar o acontecimento.

A forma que o executivo encontrou para fazer isso foi a de pagar a quantia de US$ 100 mil para os hackers, através de um programa para constatar falhas chamado "bug bounty". Dessa forma, ele conseguiu fingir que o segundo vazamento havia sido um teste planejado pela Uber. Além disso, Sullivan pediu para os criminosos assinarem um acordo de confidencialidade.

Tudo isso para não trazer mais dor de cabeça e embaraço para a marca.

No entanto, um ano após os ataques, a empresa comunicou o ocorrido para o público. Isso porque muitos estados americanos exigem por lei que brechas de segurança sejam divulgadas. A descoberta foi feita internamente, mas o Bloomberg acabou denunciando o pagamento aos hackers.

A partir daí, oficiais da companhia acusaram Joe Sullivan de esconder informações, mas também assumiram responsabilidade pelo fato.

Mesmo ainda passível de recursos, o ex-chefe pode pegar oito anos de prisão (cinco anos por obstrução e três por ter conhecimento sobre um crime e não reportá-lo).

Por fim, segundo David Angeli, um dos advogados do ex-executivo da marca de viagens:

"Embora obviamente discordemos do veredicto do júri, agradecemos sua dedicação e esforço neste caso. O único foco do Sr. Sullivan - neste incidente e ao longo de sua distinta carreira - tem sido garantir a segurança dos dados pessoais das pessoas na Internet".

Brecha massiva ocorreu em 2016

Até hoje, esse foi o maior vazamento de dados que aconteceu na Uber desde sua fundação em 2009. Cerca de 57 milhões de dados de motoristas e clientes foram prejudicados, desde endereços de e-mail a números de telefone.

Contudo, informações como números de cartões de crédito não foram afetados, segundo o comunicado da empresa.

O CEO Dara Khosrowshahi questionou na época as decisões da companhia:

"Você pode estar perguntando por que estamos falando sobre isso agora, um ano depois. Eu tinha a mesma pergunta, então eu imediatamente pedi uma investigação completa do que aconteceu e como lidamos com isso".

Como resultado, a Uber recebeu uma multa de US$ 148 milhões após encobrir o vazamento dos dados de clientes e parceiros.

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