Tesla é processada por demissões em massa sem aviso prévio

Arquivado em:
Publicado Quarta, 22 de Junho de 2022 às 09:54, por: CdB

No processo, os ex-funcionários alegaram que mais de 500 funcionários da fábrica conhecida como Gigafactory foram demitidos sem nenhum aviso prévio. A ação, por outro lado, visa atingir os trabalhadores de todas as instalações do país impactados pelos desligamentos ocorridos em maio ou junho.

Por Redação, com Tecnoblog - de São Francisco

A Tesla tornou-se alvo de um processo após demissões em massa sem aviso prévio. O caso parte de dois ex-funcionários da companhia, que sustentaram a acusação em uma lei trabalhista dos Estados Unidos. A ação judicial veio à tona depois que o CEO Elon Musk anunciou o corte de 10% dos empregos na fabricante de carros elétricos.
tesla-1.jpg
Ex-funcionários da Tesla processa empresa por demissões em massa sem aviso prévio
A acusação parte de um processo aberto no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Oeste do Texas. Segundo os ex-funcionários de uma fábrica da companhia em Nevada, John Lynch e Daxton Hartsfield, as demissões violaram a Lei de Notificação de Ajuste e Reciclagem do Trabalhador. Em inglês, a legislação federal é conhecida pela sigla WARN (Worker Adjustment and Retraining Notification).

A lei trata de casos de demissão em massa. Neste caso, os empregadores precisam notificar os trabalhadores com ao menos 60 dias corridos de antecedência. O prazo é aplicado quando uma empresa vai fechar uma instalação ou vai desligar cinquenta funcionários ou mais, conforme explicado pelo The Verge.

Este aparenta ser o caso da Tesla. No processo, os ex-funcionários alegaram que mais de 500 funcionários da fábrica conhecida como Gigafactory foram demitidos sem nenhum aviso prévio. A ação, por outro lado, visa atingir os trabalhadores de todas as instalações do país impactados pelos desligamentos ocorridos em maio ou junho.

Lei WARN

"De acordo com a Lei WARN, a Tesla é obrigada a fornecer aos Requerentes e Membros da Classe o aviso prévio por escrito de uma demissão em massa com sessenta dias de antecedência", diz o processo. "No entanto, em conexão com as recentes demissões em massa, a Tesla não deu aos Requerentes e aos Membros da Classe qualquer aviso prévio por escrito de suas rescisões."

O processo pede o pagamento pelos dois meses de salário e benefícios aos ex-funcionários da companhia.

O processo veio a público algumas semanas após Elon Musk anunciar as demissões em massa na Tesla. No começo do mês, um comunicado interno da companhia veio a público, afirmando que 10% dos postos de trabalho poderiam ser cortados. Sem dar muitos detalhes, a decisão foi baseada um "pressentimento super ruim" sobre o cenário econômico.

O CEO da companhia comentou sobre o processo em um evento na terça-feira, segundo à agência inglesa de notícias Reuters. Para Musk, trata-se de uma ação "sem fundamento".

"Parece que qualquer coisa relacionada à Tesla recebe muitos cliques, seja trivial ou significativo", afirmou no Qatar Economic Forum 2022, realizado pela Bloomberg em Doha, capital do Catar. "Eu colocaria esse processo ao qual você se refere na categoria trivial".

A advogada do caso, Shannon Liss-Riordan, chegou a conversar com a agência de notícias. Para ela, é muito preocupante Musk considerar "trivial" a violação da lei trabalhista dos Estados Unidos. "Embora o pagamento de dois meses certamente não importe para ele, importa muito para os funcionários que fizeram sua empresa o que ela é", disse à Reuters.

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo