Rússia diz que Otan voltou à mentalidade da Guerra Fria

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Publicado Quarta, 03 de Abril de 2024 às 10:53, por: CdB

O presidente Vladimir Putin lançou o que chamou de "operação militar especial" na Ucrânia em 2022 com o objetivo declarado de impedir que a Otan expandisse sua presença perto da Rússia.


Por Redação, com Reuters - de Moscou


A Rússia afirmou nesta quarta-feira que a Otan voltou à mentalidade da Guerra Fria, no momento que a aliança comemora seu 75º aniversário nesta semana.




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Moscou diz que Otan, aos 75 anos, voltou à mentalidade da Guerra Fria

– Hoje, nas relações com a Rússia, o bloco voltou às configurações da Guerra Fria – disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, aos repórteres.


Ela afirmou que a Otan não tem lugar no "mundo multipolar" que Moscou diz que busca construir para acabar com o domínio dos Estados Unidos, mas que continua sendo o foco da atenção russa.


O presidente Vladimir Putin lançou o que chamou de "operação militar especial" na Ucrânia em 2022 com o objetivo declarado de impedir que a Otan expandisse sua presença perto da Rússia. Mas a guerra serviu para galvanizar a aliança, que se expandiu para 32 membros com a admissão da Finlândia e da Suécia.



Ucrânia


Os ministros das Relações Exteriores da Otan se reuniram em Bruxelas na quarta-feira para discutir propostas que dariam à aliança um papel mais direto na coordenação do fornecimento de armas, munições e equipamentos para a Ucrânia.


Os governos ocidentais dizem que estão ajudando a Ucrânia a lutar por sua sobrevivência diante da invasão da Rússia. Zakharova disse que a história da Otan era "cheia de aventuras agressivas que levaram guerras e destruição para muitas nações", e que seu aniversário não era motivo de comemoração.



Ataque a casa de shows provocou salto no recrutamento militar


A Rússia registrou um aumento significativo no número de pessoas que assinaram contratos para ingressar nas Forças Armadas desde o ataque mortal do mês passado a uma casa de shows perto de Moscou, informou o Ministério da Defesa na quarta-feira.


Em um comunicado, a pasta disse que mais de 100 mil pessoas assinaram contratos com as Forças Armadas desde o início do ano, incluindo cerca de 16 mil apenas nos últimos 10 dias.


"Durante as entrevistas realizadas na semana passada em pontos de seleção nas cidades russas, a maioria dos candidatos indicou o desejo de vingar os mortos na tragédia que ocorreu em 22 de março de 2024 na região de Moscou como o principal motivo para a conclusão de um contrato", afirmou o ministério.


Ao menos 144 pessoas foram mortas em um ataque a tiros em massa e incêndio na casa de shows Crocus City Hall em um ataque que foi reivindicado pelo grupo militante Estado Islâmico.


A Rússia disse, no entanto, que os agressores estavam ligados à Ucrânia, algo que Kiev negou repetidamente e que os Estados Unidos consideraram um absurdo.


A Rússia está contando com um fluxo constante de novos recrutas para as Forças Armadas visando a guerra na Ucrânia, que já está em seu terceiro ano.


O presidente Vladimir Putin ordenou um recrutamento impopular de 300 mil homens em setembro de 2022, mas disse que não há necessidade de outra mobilização obrigatória porque o número de pessoas que assinam contratos voluntários é muito grande.


Cartazes espalhados pelas cidades russas exaltam os soldados que lutam na Ucrânia como patriotas e heróis, e muitos dos que se alistam são atraídos por salários muito mais altos do que podem ganhar como civis.


A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, vem avançando lentamente nos últimos dois meses, depois que uma contraofensiva ucraniana no ano passado não conseguiu obter ganhos significativos.


O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse no mês passado que Moscou reforçaria suas Forças Armadas adicionando dois novos exércitos e 30 novas formações até o final deste ano.




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