Réu por compra de testemunhas, Berlusconi alega 'chantagens'

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Publicado Segunda, 17 de Outubro de 2022 às 11:48, por: CdB

Em uma audiência nesta segunda-feira, o advogado de Berlusconi, Federico Cecconi, defendeu a inocência de seu cliente e disse que ele dava dinheiro a mulheres para "ajudá-las", e não para comprar seu silêncio ou manipular seus depoimentos à Justiça.

Por Redação, com ANSA - de Roma

A defesa do senador e ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, réu por corrupção de testemunhas no Tribunal de Milão, disse que o líder conservador foi alvo de "tentativas de chantagem" por parte de garotas de programa que frequentavam o "bunga-bunga", apelido das famigeradas noitadas em suas mansões.
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Silvio Berlusconi é réu por corrupção de testemunhas
Em uma audiência nesta segunda-feira, o advogado de Berlusconi, Federico Cecconi, defendeu a inocência de seu cliente e disse que ele dava dinheiro a mulheres para "ajudá-las", e não para comprar seu silêncio ou manipular seus depoimentos à Justiça. De acordo com Cecconi, capturas de tela de um chat datado de setembro de 2014, no qual as garotas falavam em pressionar Berlusconi para conseguir dinheiro, não indicam um crime de corrupção judiciária, "mas podem, na pior das hipóteses, valer como tentativa de chantagem" contra o ex-premiê. Cecconi ainda alegou que não há provas da existência de "acordos corruptivos" entre Berlusconi e as mulheres e que algumas delas, "não tão amigas" do ex-primeiro-ministro, "queriam identificar alguma forma de especulação para embolsar somas de dinheiro". – O próprio Berlusconi já disse que procedia para ajudar as jovens – acrescentou o advogado, ressaltando que o ex-premiê tem de ser absolvido porque os fatos pelos quais é acusado "não subsistem".

Líder conservador

O líder conservador é réu por supostamente ter subornado garotas de programa para que elas mentissem à Justiça em seu benefício. Conhecido como "Ruby ter", o processo é uma ramificação do caso "Ruby", no qual Berlusconi foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder - "Ruby" é a ítalo-marroquina Karima El Mahroug, pivô do escândalo. – Foram garantidos a essas garotas uma mesada de 2,5 mil euros e um teto, uma casa, um alojamento – justificou o procurador Luca Gaglio, durante uma audiência do julgamento em maio passado. De acordo com ele, já em 2011, antes mesmo de as jovens deporem no caso "Ruby", existia um "acordo corruptivo voltado a obter falsos testemunhos". As mulheres, segundo a acusação, também recebiam dinheiro para mentir em entrevistas à imprensa. O Ministério Público pede a condenação de Berlusconi a seis anos de prisão, além do confisco de 10,8 milhões de euros.
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