Queiroga é convocado a depor, pela terceira vez, na CPI da Covid

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Publicado Quinta, 07 de Outubro de 2021 às 12:00, por: CdB

Vice-presidente, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi o primeiro a pedir a nova convocação, alegando dois motivos. Primeiramente, o ministro da Saúde não respondeu dentro do prazo de 48 horas as perguntas que foram enviadas pela comissão, justamente em substituição à necessidade de uma nova oitiva.

Por Redação - de Brasília
Os senadores da CPI da Covid aprovaram, nesta quinta-feira, uma nova convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O requerimento extra-pauta foi proposto pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e a data do depoimento ocorrerá na próxima segunda-feira.
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O paciente Tadeu Frederico Andrade, cliente da Prevent Senior, e ao seu lado, o médico Walter Correa de Souza Netto
Vice-presidente, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi o primeiro a pedir a nova convocação, alegando dois motivos. Primeiramente, o ministro da Saúde não respondeu dentro do prazo de 48 horas as perguntas que foram enviadas pela comissão, justamente em substituição à necessidade de uma nova oitiva.

Covid-19

Além disso, apontou uma interferência do ministro na alteração da pauta da reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que não mais vai analisar um parecer sobre o uso da cloroquina para o tratamento da covid-19. Rodrigues leu trechos do parecer que recomenda a completa exclusão da cloroquina e da hidroxicloroquina, isolado ou combinado com outros medicamentos, em tratamento para suspeita ou diagnóstico de covid-19, nos tratamentos ambulatoriais. Há a mesma sugestão em relação ao medicamento Ivermectina. Antes da sessão, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que vai propor em seu relatório final o indiciamento de Marcelo Queiroga. — A gente já teve acesso a tanta coisa do ministro da Saúde, a sua conversão ao negacionismo, as mentiras repetidas nas duas vezes que esteve na comissão parlamentar de inquérito, agora a suspensão das vacinas para adolescentes. Ele já produziu todos os motivos, provas e indícios para ser exemplarmente indiciado — acrescentou Calheiros.

Cloroquina

Nesta quinta-feira, a CPI colheu dois novos depoimentos. O primeiro a depor foi Tadeu Frederico Andrade, cliente da Prevent Senior. Ao seu lado, o médico Walter Correa de Souza Netto, ex-colaborador da empresa operadora de planos de saúde. O pedido para ouvir ambos, na condição de testemunhas, partiu do senador Humberto Costa (PT-PE). Tadeu Frederico Andrade disse aos senadores que não tinha uma posição sobre medicamentos como hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19, mas que estranhou a iniciativa dos médicos de enviarem os remédios por motoboy para sua casa. — Minha percepção (sobre o serviço da Prevent) só se deu antes da minha internação, porque depois eu estava intubado. Mas eu estranhei esse protocolo de enviar remédio em casa, eu nunca vi isso — afirmou.

Operadora

Andrade emocionou os parlamentares ao relatar que seria morto pela decisão dos médicos de interromper os tratamentos e aplicar nele “uma bomba de morfina”. Advogado e paciente da Prevent Senior, Tadeu Andrade afirma que sua família desconfiou dos procedimentos da operadora. — Argumento era que meu caso não tinha mais solução, rins e pulmões comprometidos e que, eventualmente, se eu sobrevivesse, seria um paciente com problemas renais crônicos e problemas respiratórios também — afirmou. Ele afirma que sua família ameaçou entrar na justiça e buscar a imprensa para tentar reverter a recomendação de tratamento paliativo. Além disso, chegou a contratar um médico, por não confiar mais na operadora. — Minha família, desconfiando da estrutura da Prevent Senior, contratou um médico particular para fazer a fiscalização de procedimentos internos. Esse médico foi um verdadeiro fiscal dos procedimentos — concluiu.
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