Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Presidente do PT desmascara Campos Neto: ‘Não tem nada de técnico’

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Terça, 11 de Junho de 2024 às 19:36, por: CdB

Campos Neto já admitiu que persegue políticas monetárias conservadoras, entre elas a manutenção das taxas de juros entre as mais altas do mundo, como uma fórmula para controlar a inflação. O PT e outros críticos argumentam que essas taxas altas prejudicam o crescimento econômico.

Por Redação – de Brasília

Presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) foi às redes sociais, nesta terça-feira, para denunciar que a participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em um jantar com políticos de oposição e representantes do mercado financeiro, ocorrido na véspera, comprovam que “ele não tem nada de técnico, é político”. Segundo a parlamentar, o presidente da autoridade monetária do país atua para “sabotar” o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio da manutenção dos altos juros, em curso no país. 

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Presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) representa a ala desenvolvimentista da legenda

“Campos Neto faz política. Que outro presidente de Banco Central fica em convescotes, jantares, conversas e homenagens com políticos de oposição e com o ‘mercado’ como ele fica? Ele não tem nada de técnico, é político. Olhem o comportamento do Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, ou da Christine Lagarde, presidenta do Banco Central Europeu. Isso não acontece em lugar nenhum do mundo”, publicou Gleisi na rede X, ex-Twitter. 

“Depois de obrigar o país a pagar R$ 800 bilhões em juros da dívida em 12 meses, Roberto Campos Neto jantou com Tarcísio Freitas no Palácio Bandeirantes. Foi à festa dos bolsonaristas para comemorar o prejuízo causado à economia e à população. É assim que planejam voltar ao governo em 2026: sabotando o governo Lula com o veneno dos juros, tocando o terror no mercado e mentindo muito, como ensina Bolsonaro, o chefe de todos eles”, pontuou.

Campos Neto já admitiu que persegue políticas monetárias conservadoras, entre elas a manutenção das taxas de juros entre as mais altas do mundo, como uma fórmula para controlar a inflação. O PT e outros críticos argumentam que essas taxas altas prejudicam o crescimento econômico e elevam o custo do crédito; além de impactar negativamente nos investimentos e consumo.

 

Objetivos

A autonomia do BC, formalizada em lei durante o governo passado, é outro ponto de controvérsia. O PT teme que essa autonomia limite a capacidade do governo de aplicar políticas econômicas mais expansivas que poderiam, na visão do partido, estimular o crescimento e reduzir a desigualdade. Eles argumentam que a autonomia pode fazer com que o Banco priorize o controle da inflação em detrimento de outros objetivos econômicos, como o emprego e o crescimento. Além disso, o Brasil tem gasto R$ 800 bilhões ao ano com o serviço da dívida.

Em linha com Hoffmann, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) concorda que o presidente do BC “nunca fez questão de esconder” que “é um político bolsonarista”.

“Votou com camisa da seleção brasileira e, agora, participa de jantar com Tarcísio de Freitas e operadores do mercado financeiro. Em lugar nenhum do mundo presidentes do BC fazem isso, são reservadíssimos. E tem quem queira nos fazer crer que as decisões de Roberto Campos Neto são técnicas? Piada, né?”, escreveu Farias, na mesma rede social.

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