Presidente ofende Calheiros durante inaugurações de obras em Alagoas, casa do relator

Arquivado em:
Publicado Quinta, 13 de Maio de 2021 às 12:21, por: CdB

Na véspera, a sessão da CPI foi encerrada após o senador Flávio Bolsonaro atacar o senador alagoano Renan Calheiros, relator da CPI. No bate-boca, Flávio Bolsonaro chamou Renan Calheiros de “vagabundo” e ouviu de volta que vagabundo era ele, que havia desviado recursos dos funcionários de seu gabinete.

Por Redação, com agências de notícias - de Maceió

No Estado de origem do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), senador Renan Calheiros (MDB-AL), cujo filho é o governador, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a desacatar o Parlamento ao repetir os desaforos que o seu filho, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) dirigiu ao “vagabundo” que interroga “gente de bem”.

renan-calheiros1.jpg
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi escolhido para a relatoria da CPI da Covid

— Sempre tem algum picareta, vagabundo, querendo atrapalhar. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no nosso país. É um crime o que vem acontecendo com essa nessa CPI (da Covid) — atacou Bolsonaro, em discurso na capital Maceió.

Na véspera, a sessão da CPI foi encerrada após o senador Flávio Bolsonaro atacar o senador alagoano Renan Calheiros, relator da CPI. No bate-boca, Flávio Bolsonaro chamou Renan Calheiros de “vagabundo” e ouviu de volta que vagabundo era ele, que havia desviado recursos dos funcionários de seu gabinete, no esquema conhecido como ‘rachadinha’. Logo depois, em uma rede social, o presidente publicou trecho de vídeo com a discussão dos senadores.

Rejeição

No ato em Maceió, apoiadores do presidente também gritaram “Renan, vagabundo”, sob o silêncio e um sorriso cúmplice do mandatário. Bolsonaro também aproveitou o ato para ofender o ex-presidente Lula (PT), a quem chamou de "aquele ladrão de nove dedos”. A direção do PT adiantou à reportagem do Correio do Brasil, que o presidente será acionado, juridicamente, para se explicar.

Pesquisa do Instituto Datafolha, divulgado na noite passada, constatou uma queda vertiginosa de popularidade do presidente, sobretudo no Nordeste. Na região, segundo a pesquisa, 62% dos entrevistados afirmaram que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro, nas eleições do ano que vem.

Inauguração

Ainda segundo a pesquisa, o ex-presidente Lula (PT) lidera a corrida eleitoral com 41% das intenções de voto contra 23% de Bolsonaro. No segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 55% a 32%, desempenho puxado sobretudo pelas intenções de voto no Nordeste.

Durante a inauguração, à qual o governador Renan Filho (MDB) não compareceu, o presidente cercou-se de adversários da família Calheiros. Participaram dos atos o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), o senador Fernando Collor (Pros) e o prefeito de Maceió João Henrique Caldas (PSB).

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo