Em seu discurso de abertura da reunião que celebrou os 30 anos do Mercosul, ele reforçou o papel de união que o bloco desempenha e afirmou que "não é um tempo de individualidades, é um tempo de unidade".
Por Redação, com Ansa - de Buenos Aires
Presidente da Argentina, Alberto Fernández alfinetou o presidente vizinho, Jair Bolsonaro (sem partido) durante reunião do Mercosul, ao propor a criação de um observatório para monitorar as democracias dos países que integram o bloco. Segundo ele, a intenção é criar um esforço comum para proteger e promover, de forma permanente, os valores democráticos, uma vez que Bolsonaro já ameaçou o Estado Democrático e de Direito, nos últimos anos, por diversas vezes.
— Proponho um esforço comum, orientado a nos comprometermos com a proteção permanente e a promoção da democracia, da liberdade e da paz na região — disse o líder argentino.
Em seu discurso de abertura da reunião que celebrou os 30 anos do Mercosul, ele reforçou o papel de união que o bloco desempenha e afirmou que "não é um tempo de individualidades, é um tempo de unidade".
Fernández também fez uma crítica velada ao contraparte brasileiro ao propor a criação de um outro observatório para prevenção da violência de gênero, “como parte fundamental dos compromissos que assumimos para alcançar a igualdade substantiva que a nossa região precisa”. Bolsonaro acaba de ser condenado por críticas machistas a uma jornalista brasileira.
Crise econômica
Já o presidente da Bolívia, Luis Arce, reivindicou a integração dos países da América do Sul para enfrentar as crises geradas pela pandemia.
— Temos certeza de que somente com a integração poderemos enfrentar os enormes desafios que temos pela frente. Instamos os países membros e associados a trabalharem juntos para superar a enorme crise econômica e social da pandemia sob os princípios da dignidade, complementaridade, equilíbrio e equidade entre nossos povos — ressaltou.
Além disso, o presidente boliviano reiterou a disposição da Bolívia em fazer parte do Mercosul como membro pleno, por considerar que a adesão do Estado Plurinacional representaria uma oportunidade para fortalecer o bloco. O país faz parte do bloco há 24 anos como membro associado.
Desconcertado, o presidente brasileiro não acompanhou a discussão do encontro e abandonou a reunião mais cedo, alegando motivos de agenda.