Presidenciáveis falam aos industriais, sem a presença de Lula

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Publicado Quinta, 30 de Junho de 2022 às 11:30, por: CdB

Ao se reforçar como alternativa à polarização política, a pré-candidata Simone Tebet disse que tem otimismo com a recuperação econômica do Brasil e afirmou que o país precisa, com urgência, sair “do mapa da fome”. Em respostas a empresários e representantes da indústria, a emedebista se comprometeu a concretizar a reforma tributária.

Por Redação - de Brasília
Os desafios para a retomada econômica, em um cenário de inflação alta e desemprego; além da turbulência política e a presença da fome em um terço dos lares brasileiros guiaram os debates na Confederação Nacional da Indústria (CNI), na noite passada. O presidente Jair Bolsonaro (PL), Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) compareceram ao encontro. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declinou do convite e os demais candidatos ao Palácio do Planalto sequer foram chamados.
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Longe de ser unanimidade no MDB, no entanto, Tebet conta com apoio da maioria do partido
A indústria brasileira, de acordo com dados oficiais, enfrenta processo decrescente da fatia no Produto Interno Bruto (PIB) – fechou em 22,5% em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao se reforçar como alternativa à polarização política, a pré-candidata Simone Tebet disse que tem otimismo com a recuperação econômica do Brasil e afirmou que o país precisa, com urgência, sair “do mapa da fome”. Em respostas a empresários e representantes da indústria, a emedebista se comprometeu a concretizar a reforma tributária nos seis primeiros meses de governo, caso seja eleita.

Parcerias

Tebet mencionou o que classifica como “demora dos governos do PT” em fazer parcerias com a iniciativa privada. — A iniciativa privada, por meio da indústria, tem condições de gerar os empregos necessários para a população, e o governo precisa fazer sua parte — disse. Em entrevista concedida após o término do evento, Tebet foi questionada sobre um eventual diálogo com Ciro Gomes. A senadora aparece com 1% das intenções de voto na pesquisa mais recente feita pelo Datafolha. ​Na rodada anterior, no fim de maio, ela tinha 2%. Na mesma pesquisa, Ciro aparece com 8% — tinha 7% na anterior, de maio.

Economia

Tebet disse ter um bom relacionamento com o pedetista. — Tenho admiração pelo trabalho dele. Agora, nós temos um problema, que é a visão que nós temos da economia, de como tirar o Brasil da crise. Não esse neoliberalismo sem alma, fiscalista sem alma do governo atual, mas eu sou mais liberal na economia — afirmou a senadora, que se definiu como mais liberal. Na avaliação da pré-candidata, não é o momento de rever reformas, e sim de aprimorá-las. Ela também considerou não ser a hora de rediscutir a autonomia do Banco Central. — Nós temos questões diversas na economia, mas somos democratas, pensamos no Brasil e sabemos que o Brasil precisa de um novo rumo, que não dá mais para voltar para o passado e muito menos permanecer no presente — definiu.

Emprego

Ciro Gomes, segundo a falar, reiterou que, entre os seus projetos para a retomada econômica, está a criação de uma política pública de crédito popular para a população, além de um fundo de reestruturação de crédito empresarial. Segundo ele, é preciso recuperar o consumo familiar. — Emprego e renda vêm depois que o país cresce, e hoje estão deprimidos os dois em nível recorde — afirmou. O ex-governador cearense também ressaltou a necessidade de uma política de reestruturação de crédito para as empresas. — O governo impõe um juro tão impagável que hoje 6 milhões de empresas estão no Serasa — acrescentou. Bolsonaro, por sua vez, em lugar de uma solução pragmática para a crise econômica que envolve o seu governo, preferiu apelar para o discurso de ódio e medo, diante da volta iminente do PT ao poder. Ele repetiu críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e saiu, mais uma vez, com a máxima de que o Brasil sofre uma “ameaça de mudar de cor”, em referência ao vermelho da bandeira petista. O ponto alto de sua fala foi a visão premonitória de que o Brasil “pode se tornar uma Venezuela”.
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