Premiê da Hungria bloqueia ajuda financeira da UE à Ucrânia

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Publicado Sexta, 15 de Dezembro de 2023 às 14:25, por: CdB

O Kremlin elogiou a postura de Orbán, que, segundo o porta-voz Dmitry Peskov, impressionou Moscou, ao mesmo tempo em que criticou a UE, dizendo que a decisão de abrir as negociações de adesão foi politizada e pode desestabilizar o bloco.


Por Redação, com Reuters - de Kiev


O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, vetou nesta sexta-feira um importante pacote de ajuda da União Europeia para a Ucrânia e alertou que ainda pode impedir a adesão de Kiev ao bloco depois que o início das discussões pela entrada do país obtiveram a aprovação da UE.




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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán

Em uma cúpula em Bruxelas na quinta-feira, os outros 26 líderes nacionais da UE deram o passo histórico de concordar em iniciar as negociações de adesão com um país em guerra, contornando as queixas de Orbán ao conseguir que ele saísse da sala.


Mas, horas depois, eles não conseguiram superar a resistência de Orbán, que mantém laços estreitos com a Rússia, a uma reformulação do orçamento do bloco para canalizar 50 bilhões de euros para a Ucrânia e fornecer mais dinheiro para outras prioridades da UE, como o gerenciamento da imigração.


O Kremlin elogiou a postura de Orbán, que, segundo o porta-voz Dmitry Peskov, impressionou Moscou, ao mesmo tempo em que criticou a UE, dizendo que a decisão de abrir as negociações de adesão foi politizada e pode desestabilizar o bloco.


Orbán, que tem um histórico de aproveitar os confrontos com outros líderes da UE para obter benefícios eleitorais em seu país, disse à rádio estatal que bloqueou o pacote de ajuda à Ucrânia, parte de um plano orçamentário plurianual mais amplo, para garantir que a Hungria receba os fundos que deseja do orçamento da UE.


– É uma grande oportunidade para a Hungria deixar claro que deve receber o que lhe é de direito. Não metade ou um quarto – disse ele.



Rússia


O avanço no caminho da adesão, que também mostrou os limites do poder de Orbán para fazer com que as decisões da UE sejam tomadas a seu modo, ocorreu em um momento crítico para a Ucrânia, com sua contraofensiva contra as forças de invasão russas não tendo conseguido obter grandes ganhos e com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, até agora incapaz de garantir que um pacote de 60 bilhões de dólares para Kiev seja aprovado pelo Congresso norte-americano.


O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, saudou a aprovação do início das conversas pela adesão à UE como uma vitória para a Ucrânia e para a Europa.


Mas Orbán advertiu que a Hungria ainda pode bloquear as negociações a qualquer momento.


– Essa é uma decisão ruim – disse o líder nacionalista húngaro. "Podemos interromper esse processo mais tarde e, se necessário, puxaremos os freios, e a decisão final será tomada pelo Parlamento húngaro."


Os líderes da UE encerraram as discussões sobre o pacote financeiro, que exige unanimidade, na madrugada desta sexta-feira e disseram que tentariam novamente em janeiro, expressando otimismo de que um acordo poderia ser fechado.




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