Publicado Quinta, 21 de Novembro de 2019 às 12:38, por: CdB
A família Bolsonaro tem duas casas no condomínio Vivendas da Barra, onde também morava o suspeito de assassinato de Marielle Franco, parlamentar do PSOL.
Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
Alvo de um possível pedido de prisão, após ter o nome envolvido na investigação que busca apurar o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) ainda não se pronunciou sobre os rumos do caso, na Polícia Civil. Em seu nome, o pai saiu em defesa do segundo filho, conhecido como ’02’.
Jair Bolsonaro e seus três filhos: Eduardo (E), Flávio e Carlos, o 02, agora suspeito de ser um dos mandantes do crime contra Marielle
A família Bolsonaro tem duas casas no condomínio Vivendas da Barra, onde também morava o suspeito de assassinato de Marielle Franco, parlamentar do PSOL. Além do imóvel onde mora o presidente, com a família, há um outro, onde reside o 02. Ambos são vizinhos do possível executor de Marielle, o ex-PM Ronnie Lessa, um dos líderes da milícia que age na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Na Câmara Municipal, há cerca de um ano e meio, Carlos se envolveu em uma ríspida discussão com um dos assessores de Marielle. Na ocasião, a vereadora chegou a intervir para acalmar o filho de Bolsonaro. O assessor envolvido no episódio já prestou depoimento durante a investigação sobre a morte de Marielle.
A polícia do Rio, porém, intensificou nas últimas semanas a busca por testemunhas para entender melhor as circunstâncias do bate-boca, que já era de conhecimento dos investigadores e havia sido mencionado por Carlos anteriormente.
Mandante
Sobre esse assunto, Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que agora "tentam envolver o Carlos" nas investigações. Ele se referia, indiretamente, ao governador de ultradireita Wilson Witzel (PSC-RJ), cabo eleitoral de Bolsonaro que se transforma, agora, em seu principal adversário.
— Parte de alguns no Brasil quer jogar pra cima de mim a possibilidade eu ser um dos mandantes do crime da Marielle — acrescentou.
Bolsonaro, ao dizer que a hipótese não é verdadeira e que ele seria um "imbecil" se recebesse um dos responsáveis pelo crime em sua casa. Ele disse ainda lamentar o assassinato da vereadora. Em um último ataque a Witzel, o presidente disse que governador deveria ter gratidão, porque ele não teria sido eleito sem a ajuda de Carlos e de seu outro filho, o senador Flávio Bolsonaro.
Prisão
O caso, no entanto, tende a parar em uma delegacia. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) sugere a prisão preventiva do vereador 02. Na véspera, o jornalista Kennedy Alencar divulgou que Polícia Civil do Rio trabalha com hipótese nova, de envolvimento do parlamentar no assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL).
"Quando um suspeito de assassinato coage testemunha, porteiro por exemplo, desmancha provas, apagando postagens das redes ou da telefonia da portaria e muda de endereço abandonando o serviço, podendo preparar fuga, não é o caso de preventiva?", escreveu Correia no Twitter.