Polêmica sobre aluguéis derruba premiê da Suécia

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Publicado Segunda, 28 de Junho de 2021 às 07:25, por: CdB

 

O primeiro-ministro da Suécia, o social-democrata Stefan Löfven, apresentou nesta segunda-feira sua renúncia, após perder o apoio do Parlamento para governar. Na semana passada, Löfven havia se tornado o primeiro chefe de governo da história da estável política do país escandinavo a perder um voto de confiança parlamentar.

Por Redação, com DW - de Estocolmo

O primeiro-ministro da Suécia, o social-democrata Stefan Löfven, apresentou nesta segunda-feira sua renúncia, após perder o apoio do Parlamento para governar.
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Stefan Löfven era considerado um sobrevivente político
Na semana passada, Löfven havia se tornado o primeiro chefe de governo da história da estável política do país escandinavo a perder um voto de confiança parlamentar. Em sistemas parlamentaristas, uma moção de censura (ou moção de desconfiança) ocorre quando um partido de oposição convoca uma votação para confirmar se o atual governo ainda conta com apoio dos legisladores. Neste caso, a votação foi convocada após Löfven, um ex-sindicalista metalúrgico, perder o suporte do Partido da Esquerda, que formava sua base de apoio parlamentar, ao tentar impulsionar uma lei que flexibilizaria o controle de aluguéis pelo Estado. O assunto é politicamente sensível e simbolicamente explosivo na Suécia. Num dos países de mais alto custo de vida da Europa, o benefício ajuda centenas de milhares de suecos. Com a renúncia, o governante, que tinha até esta segunda-feira para divulgar a sua decisão, afastou assim a opção alternativa de eleições antecipadas que, segundo ele, seriam prejudiciais à Suécia neste momento. – A um ano das eleições regulares, diante da situação extraordinária em que o país se encontra, com uma pandemia em curso e os desafios particulares que isso implicaria, as eleições antecipadas não são o melhor para a Suécia – declarou Löfven à imprensa.

"Aliança profana"

Löfven, de 63 anos, guiou a esquerda sueca de volta ao poder em 2014, e depois se manteve firme, aproximando seu partido da centro-direita após as eleições de 2018. A moção de desconfiança foi apresentada pelos Democratas Suecos, da extrema direita, depois que o Partido da Esquerda disse que estava planejando impulsionar uma votação do tipo. Para a esquerda, a proposta de liberalizar os aluguéis, que potencialmente permitiria aos proprietários definir livremente os preços de novos apartamentos, é vista como sendo contrária ao modelo social sueco e uma ameaça aos direitos dos inquilinos. O Partido Moderado, liberal-conservador, e os democratas-cristãos, conservadores, apoiaram rapidamente a moção, que foi aprovada por 181 dos 349 deputados no Parlamento. Os últimos esforços para apaziguar o Partido da Esquerda, que detém 27 assentos, fracassaram. Os críticos descreveram a constelação que uniu forças contra Löfven como uma "aliança profana" de partidos em extremos opostos do espectro político. Após 11 votos de desconfiança sem sucesso na história política sueca moderna, Löfven, que antes se distinguia por sua capacidade de sobreviver a crises políticas, acabou se tornando o primeiro da história a não superar uma votação do tipo.
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