Rio de Janeiro, 17 de Outubro de 2024

Pesquisa mostra que o Aquífero Guarani está sobrecarregado

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Terça, 15 de Outubro de 2024 às 12:47, por: CdB

O pesquisador Didier Gastmans, do Centro de Estudos Ambientais da Unesp Rio Claro, explicou que a pesquisa buscou entender a importância da chuva na entrada de águas novas no aquífero, nas áreas de afloramento (superfície), e que foi possível confirmar esse papel.

Por Redação – de São Paulo

Uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Geociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro percebeu que a reposição de águas do Aquífero Guarani está abaixo do necessário para garantir a manutenção da quantidade disponível no reservatório, que se estende por áreas do Sul e Sudeste do país, além de Paraguai, Uruguai e Argentina. O reservatório atende 90 milhões de pessoas, sendo responsável pela manutenção do nível de rios e lagos em algumas áreas do interior paulista durante o período de seca. 

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O Aquífero Guarani é uma reserva de água mineral que remonta há milhões de anos e ocupa uma vasta área no sul da América Latina

O pesquisador Didier Gastmans, do Centro de Estudos Ambientais da Unesp Rio Claro, em entrevista à Agência Brasil (ABr), explicou que a pesquisa buscou entender a importância da chuva na entrada de águas novas no aquífero, nas áreas de afloramento (superfície), e que foi possível confirmar esse papel. Ele acompanha o tema desde 2002, em seu doutorado, e todas as pesquisas desde então apontam que os efeitos de superexploração do reservatório são constantes, contínuos e tem piorado com a mudança de distribuição das chuvas na área de afloramento, que alimenta o aquífero.

 

Poços

O problema causa preocupação em áreas de grande produção agrícola e população, como Ribeirão Preto, no norte paulista, onde os primeiros efeitos são sentidos desde a década de 1990.

— Agora começou a aumentar muito o número de poços e isso começa a dar sinais em diversas regiões do interior — disse Gastmans.

O geólogo afirmou, ainda, que os indícios de superexploração estão claros no monitoramento dos poços e do nível dos reservatórios, atingindo aqueles próximos das regiões de afloramento, que têm níveis de dois a três metros mais baixos.

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