Pesadelo de Bolsonaro, ex-ministro Torres adia depoimento

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Publicado Segunda, 24 de Abril de 2023 às 16:27, por: CdB

A direção da PF, no Distrito Federal (DF), decidiu atender ao pedido da defesa do ex-ministro e adiou o depoimento previsto para esta tarde. A defesa de Torres alega "piora" no estado emocional do cliente.


Por Redação - de Brasília

Principal elo de ligação entre os terroristas que depredaram a Praça dos Três Poderes, durante a tentativa frustrada de um golpe de Estado em 8 de Janeiro (8/1), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres teve constatada uma piora significativa em seu estado de saúde mental, nesta segunda-feira, o que o eximiu de prestar depoimento à Polícia Federal (PF) sobre os atos praticados antes, durante e depois da ação de vândalos identificados com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

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PF quer saber se a participação de Torres em toda a trama aponta para o Palácio do Planalto


A direção da PF, no Distrito Federal (DF), decidiu atender ao pedido da defesa do ex-ministro e adiou o depoimento previsto para esta tarde. A defesa de Torres alega "piora" no estado emocional do cliente. A oitiva de Torres ocorreria no âmbito das investigações sobre as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições de 2022.

A autoridade policial reconheceu o laudo de uma psiquiatra da Secretaria de Saúde do DF sobre a impossibilidade de o suspeito “comparecer a qualquer audiência no momento por questões médicas durante uma semana”.

Secretário


Até o fechamento dessa matéria, ainda não havia sido definida uma nova data para o depoimento de Torres. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal  (STF), havia determinado o depoimento na última quinta-feira, após um pedido da própria PF, mas foi adiado para esta tarde e, novamente, cancelado.

Torres encontra-se preso desde o dia 14 de janeiro por suposta omissão nos atos golpistas de janeiro, quando era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Recentemente, o Ministério Público Federal recomendou que ele fosse posto em liberdade e cumprisse medidas cautelares, mas Moraes decidiu mantê-lo preso.

"Após ter ciência do indeferimento do pedido de revogação de sua prisão preventiva, o estado emocional e cognitivo do requerente, que já era periclitante, sofreu uma drástica piora", alegam seus advogados.

Roendo unhas


O adiamento da oitiva, no entanto, apenas prolonga a ansiedade do ex-presidente Bolsonaro, que estaria apavorado diante da piora no estado de saúde mental de Torres, diante de um depoimento que poderá incriminá-lo, ou não, perante o Judiciário. Bolsonaro teria confessado a pessoas próximas o medo de que Moraes esteja prorrogando a prisão de Torres para forçá-lo a falar sobre a possível participação do ex-mandatário neofascista no inquérito dos ataques terroristas de 8/1.

Bolsonaro também precisará prestar depoimento à PF, na próxima quarta-feira. Ele vai depor sobre os atos terrorista no golpe de Estado fracassado em 8 de janeiro. Na última terça-feira, Moraes votou, no STF, pela abertura de ação penal contra 100 acusados de participar dos ataques golpistas que causaram destruição nas sedes dos Três Poderes e todos eles foram considerados réus, por maioria absoluta do Plenário.

Para aliados de Bolsonaro, o magistrado sinaliza que não poupará esforços para que as investigações alcancem o ex-presidente. Em seu voto, Moraes lembrou que há relação do ex-presidente com pessoas investigadas por estimularem o terrorismo e ressaltou os inquéritos que apuram a produção de notícias falsas (fake news) e a formação de uma milícia digital.

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