País se mantém dividido e Planalto tenta recuperar prestígio

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Publicado Sexta, 22 de Março de 2024 às 20:25, por: CdB

O movimento de desgaste promovido pela mídia conservadora, diuturnamente, desde o golpe de Estado que derrubou a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), intensifica-se desde a nova tentativa de ruptura violenta do Estado democrático e de Direita, no 8 de Janeiro.


Por Redação - de Brasília e São Paulo

A última pesquisa do instituto DataFolha, de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), consolida nesta quinta-feira um movimento que o segmento de Comunicação Social do governo e do partido no governo, o PT, vêm percebendo há meses. O país está mais dividido do que nunca entre as forças progressistas, que levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao seu terceiro mandato; e a ultradireita fascista, que garante os níveis de popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda que inelegível e sob chance real de ser preso, nos próximos dias.

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O ministro Paulo Pimenta (Secom) e o presidente Lula têm avaliado os números das pesquisas


O movimento de desgaste promovido pela mídia conservadora, diuturnamente, desde o golpe de Estado que derrubou a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), intensifica-se desde a nova tentativa de ruptura violenta do Estado democrático e de Direita, no 8 de Janeiro. A polarização se mantém inalterada nos levantamentos do DataFolha desde a eleição logo após a eleição de 2022, enquanto os eleitores de centro permanecem com 21% que não votam em Lula e menos ainda em Bolsonaro.

 

Petistas


Os entrevistadores que ouviram 2.002 brasileiros maiores de idade entre terça e quarta-feiras, perceberam que não mudou em nada a divisão dos extremos. Os mesmos 30% se dizem muito alinhados ao petismo, enquanto oscilou de 25% para 24% o número daqueles que seguem o bolsonarismo mais radical.

As divisões pelas camadas socieconômica e regional do eleitorado também continuam inalteradas. Identificam-se como mais bolsonaristas evangélicos, sulistas, moradores do Norte/Centro-Oeste, pessoas de 35 a 44 anos, brancos e integrantes da classe média (que ganham de 5 a 10 salários mínimos mensais).

Os petistas, por sua vez, são majoritariamente nordestinos, pessoas que ganham menos de 2 salários mínimos, menos instruídos, católicos, pretos e mais velhos (faixas de 45-59 anos e de 60 anos para cima). Frente à realidade exposta nas pesquisas de avaliação, Lula busca novos caminhos para a comunicação governamental como forma de deter o declínio que se acentua, e busca o aconselhamento de dois experts no segmento.

 

Licitação


O publicitário Sidônio Palmeira, principal estrategista da campanha eleitoral de 2022, ao lado do sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, foram chamados no início desta semana pelo presidente reuniões a portas fechadas, no Palácio do Planalto. Ambos reuniram-se, primeiramente com Lula e, no dia seguinte, com Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom).

Após as conversas, o presidente começou a mudar a rotina de sua equipe em busca de uma nova abordagem no setor, marcada pela informalidade, como evidenciado por vídeos divulgados nas redes sociais onde Lula aparece correndo, de camiseta, ou simplesmente alimentando os bichos de estimação que vivem no Palácio da Alvorada.

Com as novas práticas, Lula enfrenta os adversários mais aguerridos, nas redes sociais, enquanto o governo estrutura uma licitação estratégica que objetiva a contratação de quatro empresas especializadas em comunicação digital, com um investimento anual previsto de R$ 197 milhões. Em conversa com assessores, o ministro Pimenta destacou a importância de uma estratégia de comunicação mais apurada.

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