Paes diz que blocos de ruas não têm autorização para acontecer no feriado

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Publicado Quarta, 20 de Abril de 2022 às 10:25, por: CdB

Apesar da movimentação, o carnaval de rua não está autorizado a acontecer, apenas os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.. O prefeito Eduardo Paes (PSD) se pronunciou na noite de terça-feira  no Twitter, argumentando que "o correto é não ter bloco" nos próximos dias.

Por Redação, com Brasil de Fato - do Rio de Janeiro

Diversas listas que circulam pelas redes sociais mostram a organização dos horários e pontos de concentração dos blocos de carnaval que pretendem ocupar as ruas do Rio de Janeiro nos próximos dias.
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Apesar da movimentação, o carnaval de rua não está autorizado a acontecer, apenas os desfiles das escolas de samba
Apesar da movimentação, o carnaval de rua não está autorizado a acontecer, apenas os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. O prefeito Eduardo Paes (PSD) se pronunciou na noite de terça-feira  no Twitter, argumentando que "o correto é não ter bloco" nos próximos dias. – O correto é não ter bloco! Não estão autorizados e não teremos a estrutura para a festa. A organização do carnaval de rua, iniciada em meu 1° governo, exige meses de preparação, algo difícil na imprevisibilidade dos tempos pandêmicos – disse na postagem, em meio às críticas de que não está se posicionando diante do carnaval que está sendo organizado para acontecer. À imprensa, o secretário de Ordem Epública, Brenno Carnevale, disse na última semana que as pessoas não estão proibidas de saírem às ruas. – A gente tem uma cidade monitorada pela Ordem Pública e pela Guarda Municipal e as pessoas que estiverem na rua, tem totais liberdades para estarem nas ruas. Os blocos tradicionais já se comprometeram em não desfilar e entenderam o pouco tempo que tínhamos para organizar. Vamos monitorar (os blocos) da mesma forma que fizemos em 2021, quando as punições eram mais necessárias, como em fevereiro quando fizemos que a cidade se comportasse bem – afirmou.

Blocos de rua do Rio lançam manifesto

Com o cancelamento do carnaval de rua no Rio de Janeiro, 140 blocos e associações lançaram um manifesto pelo direito aos desfiles mesmo sem a infraestrutura para a festa. A programação não oficial que circula nas redes sociais já inclui mais de 60 cortejos nas ruas da capital a partir desta quarta-feira até o próximo domingo. O manifesto destaca que o carnaval é uma expressão popular, livre de interesses comerciais e patrocinadores. E ainda que o incentivo ao carnaval está previsto na Lei Orgânica do Município para garantir recursos e a estrutura urbana necessária para a festa. – Diversas manifestações carnavalescas, de bate-bolas a blocos acústicos, conseguem ocorrer independente do apoio do poder público e vão para a rua. Nem todo mundo que assinou o manifesto vai para a rua, mas todo mundo que assinou defende o direito de quem pode e quer ir pra rua porque é um direito – afirma Tomás Ramos, membro do Ocupa Carnaval, ao Brasil de Fato. Tomás, que também é saxofonista, aponta que haverá desfiles na Sapucaí e na Intendente Magalhães. Por isso, para ele, proibir o carnaval de rua por causa da pandemia não faz mais sentido. "A prefeitura renegou blocos e grupos carnavalescos que fizeram a história do carnaval do Rio junto com as escolas de samba", completa. O prefeito Eduardo Paes (PSD) declarou em visita aos barracões das escolas de samba do Grupo Especial que a Guarda Municipal não vai reprimir os foliões. Na data do carnaval em fevereiro, alguns blocos circularam na cidade também sem autorização. – Não vou sair correndo atrás de folião. O que a gente pede é a compreensão das pessoas. Só faltava agora botar Guarda Municipal atrás de folião. Isso não vai acontecer. A gente tem permitido que a cidade celebre, que seja vivida a vida. A cidade está cheia, as ruas estão cheias, bares e restaurantes lotados. A cidade está aberta, está celebrando. Não vou ficar atrás de folião nem por um decreto – disse Paes. Para os vendedores ambulantes, o carnaval é a principal fonte de renda do ano. Maria dos Camelôs, do Movimento Unido dos Camelôs (MUCA), afirma que a categoria também vai estar nas ruas. – Onde os blocos estiverem os camelôs estão trabalhando também. Aqueles que conseguirem se organizar, comparar mercadoria para o carnaval, vão trabalhar. É o que a gente presenciou em fevereiro e o que a gente escuta na rua dos camelôs que estão correndo atrás pra saber onde vão estar os blocos. Eu vou estar na rua todos os dias. Carnaval é protesto, povo na rua, direito nosso – defende Maria.
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