Olaf Scholz acredita que será escolhido para chanceler alemão

Neste domingo, cerca de 60 milhões de alemães estavam aptos a votar para definir o futuro político do país e definir quem será o sucessor da chanceler Angela Merkel, que deixa o poder depois de 16 anos. Merkel foi a chanceler mais longeva desde Helmut Kohl.

Por Redação, com agências internacionais - de Berlim

Indicado do Partido Social-Democrata (SPD) para a Chancelaria da Alemanha, o socialista Olaf Scholz afirmou que os alemães querem que ele seja o próximo líder do país. No entanto, os resultados de boca de urna apontam para um empate técnico com os conservadores do União Democrata-Cristã (CDU).

— Estou feliz com o resultado e com os cidadãos querendo que o SPD ganhe em todos os lugares. Será uma longa noite, mas é claro que os cidadãos querem uma mudança, e que o próximo chanceler se chame Olaf Scholz — disse em seus primeiros comentários após o encerramento das urnas. Neste domingo, cerca de 60 milhões de alemães estavam aptos a votar para definir o futuro político do país e definir quem será o sucessor da chanceler Angela Merkel, que deixa o poder depois de 16 anos. As pesquisas de opinião indicam um cenário bastante complexo com os dois maiores partidos, o Social-Democrata (SPD) e a União Democrata-Cristã (CDU), praticamente empatados, com uma leve vantagem para os primeiros. Os Verdes, por sua vez, aparecem com cerca de 15% dos votos e o Partido Liberal tem cerca de 12%. Isso pode levar a Alemanha a ter uma coalizão de governo com três partidos, algo que não ocorre desde o fim dos anos 1950.

Dois votos

Armin Laschet, o indicado pelo partido de Merkel, já votou neste domingo, mas voltou a cometer uma gafe: ao levantar a cédula, ficaram visíveis os votos para a CDU - o que pode provocar uma invalidação já que as escolhas são secretas. Já Olaf Scholz, do SPD, votou também e pediu que os alemães lhe dessem a chance "de ser o próximo chanceler". A votação foi encerrada às 18h (13h no horário de Brasília) e o resultado de boca de urna divulgado na sequência apontou o empate técnico entre as duas principais forças políticas do país. No entanto, a formação do novo governo pode se arrastar até o fim do ano dependendo de qual for o resultado das urnas. Por unanimidade, o Aeltestenrat, um conselho de representa os parlamentares, definiu que a posse do novo Parlamento deve ocorrer no dia 26 de outubro. O Bundestag atual tem 709 parlamentares e o próximo pode ter uma oscilação entre 672 a 912 membros por conta do mecanismo de compensação previsto pelo complexo sistema eleitoral, que é baseado em dois votos: um para o partido e outro para mandatos diretos. — Cada voto conta, o seu voto conta. Quem vota participa, quem não vota deixa os outros decidirem — disse o presidente da República, Frank-Walter Steinmeier, ao chegar à sua sessão eleitoral, em Berlim.