Nicarágua expulsa missões da OEA que investigavam protestos violentos

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Publicado Quinta, 20 de Dezembro de 2018 às 07:51, por: CdB

O governo escreveu em carta à Organização dos Estados Americanos (OEA), que supervisiona os grupos, que as missões foram suspensas por não cumprirem seus objetivos.

Por Redação, com Reuters - de Manágua

A Nicarágua expulsou na quarta-feira duas missões da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) dedicadas a investigar protestos antigoverno que se tornaram violentos ao longo deste ano, afirmou o grupo.
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Protesto antigoverno em Manágua, na Nicarágua
O governo escreveu em carta à Organização dos Estados Americanos (OEA), que supervisiona os grupos, que as missões foram suspensas por não cumprirem seus objetivos. Manágua não respondeu de imediato a pedido de comentário. O CIDH disse em comunicado que seu Mecanismo de Monitoramento Especial para a Nicarágua (Meseni) continuará operando a partir de Washington. – O CIDH reitera que a situação na Nicarágua continuará a ser uma prioridade e reafirma seu compromisso com as vítimas de violações de direitos humanos – disse o comunicado. A Nicarágua está sofrendo uma de suas piores crises políticas desde que o presidente Daniel Ortega voltou ao poder em 2007. Desde abril, milhares foram às ruas para exigir a renúncia de Ortega. A oposição acusa o político de esquerda de tentar consolidar uma dinastia familiar autoritária com sua mulher, Rosario Murillo, que ele escolheu como vice-presidente. Ao menos 322 pessoas morreram e mais de 500 foram presas ao longo de oito meses de manifestações antigoverno, segundo organizações de direitos humanos. A coordenadora do Meseni, Ana Maria Tello, disse a repórteres que o Ministério das Relações Exteriores instruiu os grupos a deixarem a Nicarágua imediatamente. A suspensão das missões foi anunciada um dia antes da apresentação de um relatório final sobre os episódios de violência transcorridos entre 18 de abril e 30 de maio. Em outubro, um dos grupos da OEA criticou a incapacidade do procurador-geral da Nicarágua de encontrar os responsáveis pela morte dos manifestantes.
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