Moscou diz que demissão de general ucraniano não mudará guerra

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Publicado Sexta, 09 de Fevereiro de 2024 às 15:03, por: CdB

A declaração foi dada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, um dia depois da substituição de Zaluzhnyi por Oleksandr Syrskyi, em meio ao fracasso da contraofensiva de Kiev para reconquistar territórios tomados pela Rússia.


Por Redação, com ANSA e Reuters - de Moscou/Kiev


O governo da Rússia disse nesta sexta-feira que a demissão do chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valery Zaluzhnyi, "não mudará o curso" da guerra, que completa dois anos no próximo dia 24 de fevereiro.




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Valery Zaluzhnyi não é mais o chefe das Forças Armadas de Kiev

A declaração foi dada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, um dia depois da substituição de Zaluzhnyi por Oleksandr Syrskyi, em meio ao fracasso da contraofensiva de Kiev para reconquistar territórios tomados pela Rússia.


Zaluzhnyi é uma figura bastante popular na Ucrânia por ter conseguido conter o avanço das tropas russas na maior parte do país, porém suas diferenças com o presidente Volodymyr Zelensky cresceram nos últimos meses.


A distância entre os dois ficou evidente no fim do ano passado, quando Zaluzhnyi admitiu em entrevista que a guerra havia chegado a um "impasse".


Apesar disso, Zelensky conferiu ao general demitido o título de "herói da Ucrânia" por seus "excepcionais serviços na proteção da soberania e da integridade territorial" do país.



Forças Armadas da Ucrânia


As Forças Armadas da Ucrânia precisam se adaptar e encontrar maneiras inovadoras de lutar para alcançar a vitória sobre os invasores russos, disse o novo chefe militar de Kiev na sexta-feira, em seus primeiros comentários públicos desde que assumiu o comando.


O coronel-general Oleksandr Syrskyi, anteriormente comandante das forças terrestres, foi promovido na quinta-feira ao comando geral das Forças Armadas ucranianas, que contam com 800 mil homens, a maior mudança no alto escalão desde o início da guerra, em um momento desafiador.


– Somente as mudanças e o aprimoramento constante dos meios e métodos de guerra possibilitarão o sucesso nesse caminho – escreveu Syrskyi em uma postagem no Telegram, destacando os drones e a guerra eletrônica como exemplos de novas tecnologias que ajudariam a Ucrânia a alcançar a vitória.


O tom cauteloso e pragmático foi notavelmente inferior à retórica exaltada usada pelos políticos ucranianos durante a guerra.


O ministro da Defesa, Rustem Umerov, disse que havia apresentado Syrskyi ao Estado-Maior e prometeu "todo o apoio possível às ações e decisões do comando das Forças Armadas da Ucrânia".


– A defesa está em boas mãos – disse Umerov no Facebook.


A mudança no comando ocorre em um período difícil para a Ucrânia, que não consegue recapturar um território significativo desde o final de 2022 e agora enfrenta uma possível interrupção no fornecimento de ajuda militar dos Estados Unidos, seu maior apoiador.


As forças russas estão agora na ofensiva através das linhas de frente e fazendo incursões graduais na cidade de Avdiivka, que Moscou vem tentando capturar há vários meses.


Como comandante terrestre, Syrskyi supervisionou a defesa bem-sucedida da capital da Ucrânia no início da invasão russa e uma contraofensiva relâmpago no nordeste, dois dos maiores sucessos do primeiro ano da guerra.


No entanto, alguns soldados ucranianos o criticaram por sua liderança subsequente durante a defesa prolongada da Ucrânia na cidade de Bakhmut, no leste do país, onde milhares de soldados morreram em ambos os lados antes da retirada das forças de Kiev em maio de 2023.


Em seu anúncio de ontem, Zelensky disse que Syrskyi apresentaria sua nova equipe com o objetivo de "redefinir" as Forças Armadas.




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