Rio de Janeiro, 22 de Setembro de 2024

Ministro ainda não está convencido a decretar o Horário de Verão

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Sexta, 20 de Setembro de 2024 às 20:57, por: CdB

A decisão final deve ser tomada dentro de dez dias, após avaliação de outras alternativas de resiliência energética, mas dificilmente ocorrerá antes das eleições municipais deste ano, marcadas para o dia 6 de outubro.

Por Redação – do Rio de Janeiro

Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira anunciou, na véspera, que recebeu uma recomendação formal do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para a retomada do Horário de Verão, como forma de mitigar o impacto da atual crise hídrica no país. A medida, que já foi avaliada e aprovada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, poderá gerar uma economia estimada em R$ 400 milhões, evitando a necessidade de acionamento de usinas térmicas, que têm custo mais elevado.

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Com o Horário de Verão, os dias ficam mais longos

A decisão final deve ser tomada dentro de dez dias, após avaliação de outras alternativas de resiliência energética, mas dificilmente ocorrerá antes das eleições municipais deste ano, marcadas para o dia 6 de outubro. O ministro disse ainda, a jornalistas, que apesar da recomendação, o governo ainda está em fase de estudo e que “não há risco de crise energética”.

Silveira reforçou também que a decisão de implementar ou não o horário de verão está nas mãos do governo federal, mas será fundamentada por análises técnicas do setor elétrico.

— A decisão do horário de verão é do governo, mas quem fundamenta é o setor energético — afirmou, após ressaltar que ainda precisa dialogar com outros setores envolvidos antes de qualquer anúncio.

Crise hídrica

O ministro também esclareceu que, mesmo que a medida seja aprovada antes das eleições municipais, o horário de verão não será aplicado antes do segundo turno das eleições.

— Ainda não me convenci da necessidade de decretar o horário de verão — adiantou o ministro, ao explicar que o cenário energético, apesar da baixa pluviometria, não gera preocupação imediata.

A atual crise hídrica é uma das mais graves em décadas, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). 

— Hoje temos o menor índice pluviométrico desde que o Cemaden começou a monitorar, há 74 anos — ressaltou Silveira.

Preocupação

O ministro também aproveitou a oportunidade para criticar a suspensão do horário de verão em 2019, dizendo que a decisão na época não teve base científica adequada, o que agravou a crise energética de 2021.

Além de reduzir a necessidade de geração de energia térmica, o horário de verão poderia contribuir para aliviar o consumo durante os horários de pico, especialmente em um momento em que as reservas hídricas dos principais reservatórios estão abaixo do esperado. Entretanto, a complexidade do cenário energético brasileiro exige que o governo avalie a viabilidade e o impacto de outras possíveis soluções antes de tomar qualquer decisão definitiva.

Com uma posição cautelosa, Alexandre Silveira reforçou que a prioridade é garantir a segurança energética do país sem causar transtornos desnecessários à população.

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