Mercado financeiro busca abrir diálogo com campanha de Lula

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Publicado Sexta, 27 de Maio de 2022 às 13:30, por: CdB

Mesmo antes da pandemia e da guerra na Ucrânia, o país estava sem rumo. Por tudo isso, o dito “mercado” já sabe que, sob as regras do jogo democrático, a volta de Lula ao governo é iminente, como indicam as pesquisas. A rejeição ao nome de Jair Bolsonaro não abre espaço, até o momento, para que tire pontos do líder nas pesquisas de opinião.

Por Redação, com RBA - de São Paulo
O mundo empresarial e financeiro e seus porta-vozes na mídia conservadora e na política não conseguiram “domar” Bolsonaro como imaginavam. Depois de operar para tirar o PT do governo com o golpe de 2016, pagaram para ver no que daria – tirando Lula da eleição – e deu no ex-capitão. A população sente no bolso e na mesa o fracasso da economia, que começou com o governo golpista de Michel Temer e só piorou. Além disso, o Brasil virou vergonha global.
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O ex-ministro de Lula e um dos coordenadores da atual campanha, Alexandre Padilha tem conversado com o mercado financeiro
Mesmo antes da pandemia e da guerra na Ucrânia, o país estava sem rumo. Por tudo isso, o dito “mercado” já sabe que, sob as regras do jogo democrático, a volta de Lula ao governo é iminente, como indicam as pesquisas. A rejeição ao nome de Jair Bolsonaro não abre espaço, até o momento, para que tire pontos do líder. Lula, por sua vez, tem a menor rejeição entre os candidatos que se apresentaram. E os que desistiram, como João Doria (PSDB) e Sergio Moro (União), nada afetaram a disputa. Lula vinha oscilado entre 45% e 52% dos votos válidos (descontados brancos e nulos), conforme a metodologia. Mas no Datafolha desta quinta-feira, chegou a 48%. Desse modo, a hipótese de que a eleição se resolva no primeiro turno, em 2 de outubro, é respeitável. Ou seja, em vez de brigar com os fatos e com a democracia, é melhor o mercado ouvir o que Lula pensa e negociar uma boa transição para uma nova era.

PIB brasileiro

Dialogar e negociar, aliás, é especialidade do ex-presidente, como dizem seus interlocutores. Porém, Lula não tem se exposto a encontros com empresários que em grande medida responsabiliza pelo golpe que trouxe o caos. Assim, pessoas ligadas à construção do seu programa de governo são frequentemente designadas para ir reuniões com o capital. O mercado financeiro e o meio empresarial não têm razão alguma para temer um eventual novo governo Lula. A afirmação é do deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), interlocutor da pré-campanha do ex-presidente Lula em diversos eventos com os investidores. — Temos reafirmado aos atores do PIB brasileiro e mundial quem é o Lula. Um estadista que nunca tomará decisões sem dialogar e ouvir a sociedade. Ele não é um Bolsonaro e não precisa de um ‘posto Ipiranga’, mas não descansará, enquanto houver fome, desemprego, inflação e desrespeito à democracia — disse Padilha à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).

Diálogo

Questionado se vai a esses eventos por ser visto como possível ministro, Padilha refuta. — Agora não se discute ministério. Porque primeiro é preciso ganhar a eleição, e estamos longe disso. Mas não temos síndrome de Bolsoguedes, Lula fala por si, ele hoje é a própria Carta aos Brasileiros, é o fio de sua credibilidade — ironiza, referindo-se ao fato de na eleição anterior Bolsonaro ter antecipado o nome de seu atual ministro por não entender de economia. O parlamentar lembra que foi ministro das Relações Institucionais do governo Lula e coordenou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). O fórum criado pelos governos petistas reunia representantes do mundo empresarial, dos trabalhadores, dos movimentos sociais, da cultura, da ciência e da academia. Entre os objetivos, ideias de políticas públicas.  — Portanto, o diálogo foi nossa marca e tenho meu nome associado a essa prática. Minha presença nessas reuniões serve para relatar as experiências bem-sucedidas de nossos governos. E também para enfatizar que num novo governo, o diálogo continuará como nossa marca — concluiu.
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