Maia ainda não tem um nome com apoio suficiente para substituí-lo

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Publicado Quarta, 16 de Dezembro de 2020 às 11:49, por: CdB

Segundo Maia, o atraso na definição não atrapalha. Ao contrário, deixa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “falando sozinho” sobre a disputa.

Por Redação - de Brasília
Em fim de mandato, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, ainda não encontrou um nome para sucedê-lo que seja capaz de unificar os votos da maioria dos colegas. Maia espera encontrar esse candidato “até sexta-feira”, segundo previu aos jornalistas, nesta quarta-feira, entre uma conversa e outra com as legendas de seu campo.
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Presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) tem conversado com integrantes dos partidos que fazem oposição ao presidente Bolsonaro (sem partido)
Ao longo dos últimos dias, Maia tem também conversado com integrantes da oposição, campo político visto como o fiel da balança na disputa pela Mesa Diretora. Dos cinco pré-candidatos inicialmente considerados, restam dois com mais viabilidade: o líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o líder do MDB, Baleia Rossi (SP), ambos da direita. — Vai acontecer durante a semana. Queria que tivesse resolvido (na véspera), mas ocorreram novos diálogos, novas possibilidades de avançar com alguns partidos. Então, se essa possibilidade existe, melhor que a gente aguarde e que possaos construir a melhor aliança possível na defesa da independência da Câmara dos Deputados — argumentou.

Flexibilização

Segundo Maia, o atraso na definição não atrapalha. Ao contrário, deixa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “falando sozinho” sobre a disputa. O presidente da Câmara voltou a citar a agenda de flexibilização ambiental como um dos motivos pelos quais o Executivo trabalha pela candidatura do líder do chamado ‘Centrão’, Arthur Lira (PP-AL). Ele sublinhou que a pauta leva à destruição do patrimônio nacional e tende a afugentar investidores; além de resultar em aumento do desemprego. O deputado também lembrou que seu grupo busca um candidato que defenda a cartilha liberal na economia, mas longe do que considera uma “agenda reacionária”. Sobre o receio do governo em eventual convocação da Câmara para votações em janeiro — por medo de isso favorecer as articulações do grupo de Maia na disputa pelo comando da Casa — Maia disse que o Congresso funcionaria para deixar a pauta aberta à discussão de temas urgentes, como a vacina contra a covid-19. — Só um governo que se preocupa pouco com a sociedade acha que quando eu falo de pautar qualquer matéria durante o mês de janeiro eu estou preocupado com a sucessão à Presidência da Câmara — criticou. Para ele, seria de “bom tom” que o Legislativo pudesse funcionar a partir de 10 de janeiro.

Na outra trincheira

No cerne da ultradireita, que cerca o presidente Bolsonaro, no entanto, ganha força o movimento que busca viabilizar uma candidatura governista alternativa ao comando da Câmara, diante da resistência ao nome do deputado Arthur Lira (PP-AL). A articulação, no entanto, é bem vista por Maia e seus apoiadores, uma vez que divide a frente de apoio a um nome do ‘Centrão’ para o comando da Casa. Participam da articulação os integrantes das bancadas ruralista e evangélica, que trabalham pela construção de uma frente de apoio ao nome da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que é deputada federal licenciada pelo DEM de Mato Grosso do Sul. A iniciativa começou, timidamente, há dois meses e somente agora tem sido colocada de fato em prática pela base ideológica de Bolsonaro. Antes de o grupo começar a arregimentar adesões, deputados bolsonaristas consultaram o presidente. Apesar de hoje apoiar o nome de Lira, Bolsonaro deu aval à movimentação, segundo disseram ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP) um parlamentar governista e um assessor palaciano, em condição de anonimato. “A avaliação de defensores da candidatura alternativa é a de que Tereza agrega mais apoios que Lira”, conclui.
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