Macron apela a Xi para argumentar com Rússia pela paz na Ucrânia

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Publicado Quinta, 06 de Abril de 2023 às 10:39, por: CdB

A visita dos líderes da UE à China ocorre após anos de relações azedas com Pequim sobre questões como acusações de abuso de direitos em Xinjiang, um pacto de investimento paralisado e a relutância da China em condenar a Rússia pela invasão à Ucrânia.


Por Redação, com Reuters - de Pequim


O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu ao chinês Xi Jinping nesta quinta-feira que argumente com a aliada Rússia e ajude a acabar com a guerra na Ucrânia, enquanto Xi respondeu dizendo que espera que os dois lados possam realizar negociações de paz o mais rápido possível.




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O presidente da França, Emmanuel Macron e o líder chinês Xi Jinping

Durante conversas em Pequim, que também contam com a chefe da União Europeia Ursula von der Leyen, Macron disse que o Ocidente precisa envolver Pequim para ajudar a acabar com a crise e evitar tensões "em espiral" que podem dividir as potências globais em blocos em guerra.


– A agressão russa na Ucrânia é um golpe para a estabilidade (internacional) – disse Macron a Xi, ao lado do presidente chinês do lado de fora do Grande Salão do Povo no início da reunião.


– Sei que posso contar com você para trazer a Rússia de volta à razão e todos de volta à mesa de negociações.


Em comentários após o encontro com Macron, Xi pediu que a Ucrânia e a Rússia retomem as negociações de paz e encontrem uma solução política para o conflito.


A França disse que as discussões entre os líderes foram "francas e construtivas", enquanto a China as descreveu como "amigáveis" e "profundas".


Macron também pediu a Xi que pressione a Rússia a cumprir as regras internacionais de não proliferação de armas nucleares. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que posicionará armas nucleares táticas em Belarus, vizinha da Ucrânia, uma medida vista como uma escalada perigosa no sangrento conflito de mais de um ano.


Xi disse que todos os países devem respeitar os compromissos de não usar armas nucleares e que "guerra nuclear não deve ser travada", sem mencionar a Rússia. Ele exortou a comunidade internacional a "abster-se de qualquer ação que leve a uma maior deterioração da crise".



Relações azedas com Pequim


A visita dos líderes da UE à China ocorre após anos de relações azedas com Pequim sobre questões como acusações de abuso de direitos em Xinjiang, um pacto de investimento paralisado e a relutância da China em condenar a Rússia pela invasão à Ucrânia.


Mas, dirigindo-se à imprensa após sua chegada na quarta-feira, Macron disse que a Europa precisa resistir a reduzir os laços comerciais e diplomáticos com a China e rejeitar o que alguns consideram uma "espiral inevitável" de tensão entre a China e o Ocidente.


Von der Leyen, em sua primeira viagem à China desde que assumiu o cargo de presidente da Comissão Europeia em 2019, também deve manter conversas trilaterais com Macron e Xi na noite desta quinta-feira.



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