Rio de Janeiro, 23 de Setembro de 2024

Lula, na ONU, diz que pobres precisam ser melhor representados

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Domingo, 22 de Setembro de 2024 às 16:27, por: CdB

De acordo com o chefe de Estado brasileiro, é necessário um “balanço ético global para pensar a ação climática sob o prisma da justiça, da equidade e da solidariedade”.

Por Redação, com ABr – das Nações Unidas – NY-EUA

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, neste domingo, uma reforma na Organização das Nações Unidas (ONU) e em outras instituições internacionais, para que haja maior representação de países mais pobres.

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Lula, na ONU, critica a falta de contato da organização com a realidade mundial

— O Sul Global não está representado de forma condizente com seu atual peso político e econômico. A crise requer transformações estruturais. Pandemia, conflitos na Europa, no Oriente Médio, corrida armamentista e mudanças do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais — afirmou o líder brasileiro.

De acordo com o chefe de Estado, é necessário um “balanço ético global para pensar a ação climática sob o prisma da justiça, da equidade e da solidariedade”.

— Não podemos voltar a conviver com ameaças nucleares — acrescentou.

 

Fome

Em seu discurso, Lula afirmou que não se pode “recuar na luta pela igualdade de gênero e contra o racismo”.

— Naturalizar a fome seria vergonhoso. O desenvolvimento sustentável caminha para se tornar o nosso maior fracasso coletivo. Apenas 17% das metas serão atingidas até 2030. O Pacto para o Futuro nos aponta a direção a seguir. O documento trata de forma inédita temas importantes como a dívida de países em desenvolvimento e a tributação internacional. A criação de uma instância de diálogo entre chefes de Estado e de governo e líderes de instituições financeiras internacionais promete recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial — pontuou.

No ano passado, o Brasil não conseguiu aprovar uma Resolução no Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito envolvendo Israel e o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Na ocasião, o voto dos Estados Unidos – um Membro Permanente – inviabilizou a aprovação, mesmo após longa negociação da diplomacia brasileira.

 

Debate

Outras resoluções apresentadas também fracassaram, seja por votos contrários dos Estados Unidos, seja da Rússia, outro Membro Permanente. Segundo as regras do Conselho de Segurança, para que uma Resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.

O evento prévio à Assembleia Geral da ONU reúne líderes mundiais para debater formas de enfrentar as crises de segurança emergentes, acelerar o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e abordar as ameaças e oportunidades das tecnologias digitais.

Lula apontou como pontos positivos do Pacto tratar “de forma inédita” temas importantes como a dívida de países em desenvolvimento e a tributação internacional; a criação de uma instância de diálogo entre chefes de estado e de governo e líderes de instituições financeiras internacionais. O que, segundo Lula, promete recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial.

A Assembleia Geral das Nações Unidas é um dos principais órgãos da ONU e reúne os 193 estados que fazem parte da organização, com cada nação tendo o direito a um voto. Para o Brasil, a abertura do Debate Geral da assembleia permite apresentar as prioridades do país, tanto internamente quanto internacionalmente.

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