Lula critica medidas protecionista 'mal disfarçadas' dos países ricos

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Publicado Quarta, 09 de Agosto de 2023 às 19:54, por: CdB

Lula disse que ficou estabelecido na cúpula que os países amazônicos trabalharão “pela definição de um conceito internacional de ‘sociobioeconomia’ que nos permita certificar produtos das florestas e gerar emprego e renda” e pela criação de “mecanismos para remunerar de forma justa e equitativa os serviços ambientais que as nossas florestas prestam ao mundo”.


Por Redação, com ABr - de Belém

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quarta-feira, durante conferência de imprensa após a Cúpula da Amazônia e países convidados, “medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental” por parte dos países ricos e exaltou a importância da conferência realizada na capital paraense com a participação de movimentos sociais e dos presidentes de países amazônicos.




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Lula (C), ao lado dos presidentes de países amazônicos

— Esse encontro é a Amazônia falando para o mundo, dando resposta ao mundo do que nós precisamos  — afirmou.


O presidente manteve o tom de suas últimas falas ao cobrar mais uma vez que nações desenvolvidas financiem a proteção das florestas.


— Não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia, não é a Venezuela. É a natureza, que o desenvolvimento industrial ao longo de 200 anos poluiu, que está precisando que eles paguem sua parte agora para a gente recompor parte daquilo que foi estragado — acrescentou.



Serviços


Lula disse que ficou estabelecido na cúpula que os países amazônicos trabalharão “pela definição de um conceito internacional de ‘sociobioeconomia’ que nos permita certificar produtos das florestas e gerar emprego e renda” e pela criação de “mecanismos para remunerar de forma justa e equitativa os serviços ambientais que as nossas florestas prestam ao mundo”.


Na sequência, Lula citou que “medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental por parte dos países ricos não são o caminho a trilhar”.


— O que nós fizemos foi dizer ao mundo que nós não aceitaremos mais ficar criando teses que não sejam colocadas em prática. Vamos à COP 28 com o objetivo de dizer ao mundo que rico que se quiserem preservar efetivamente o que existe de floresta, é preciso colocar dinheiro não apenas para cuidar da copa da floresta, mas para cuidar do povo que mora lá embaixo, que quer trabalhar, estudar, comer, passear e quer viver decentemente.



Vida digna


O presidente disse, ainda, ser necessário "cuidar desse povo que a gente vai cuidar da floresta, porque o exemplo que nós temos no Brasil é que parte das terras mais preservadas nesse país são as terras indígenas, em uma demonstração de que já temos os fiscais naturais para cuidar da nossa floresta".


— É só respeitá-los e garantir a eles condições de vida digna e decente — acrescentou.


Mais à frente, o presidente garantiu maior esforço do governo brasileiro na proteção da floresta amazônica.


— Vamos colocar mais Polícia Federal para cuidar da nossa fronteira, vamos fazer convênios com todos os países fronteiriços. Da mesma forma que vamos brigar para garantir a floresta, vamos brigar muito para expulsar da floresta o narcotraficante e os traficantes de armas, o crime organizado. É uma tarefa que foi assumida aqui e eu espero que quando tiver o próximo encontro vocês já possam cobrar de nós algum resultado — concluiu.



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