Lula condena prisão de Julian Assange e pede por sua libertação

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Publicado Sábado, 06 de Maio de 2023 às 15:38, por: CdB

A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa sobre a sua viagem ao Reino Unido para a coroação do Rei Charles III. A pergunta sobre o fundador do Wikileaks foi feita pela jornalista Sara Vivacqua, do DCM, que questionou a posição de Lula a respeito da prisão de Assange.


Por Redação, com agências internacionais - de Londres

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou, neste sábado, a prisão do jornalista australiano Julian Assange em Londres. O ativista aguarda uma possível extradição para os Estados Unidos, onde pode ser condenado a uma pena de até 175 anos.

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Governo britânico confirma extradição de Julian Assange para os EUA


A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa sobre a sua viagem ao Reino Unido para a coroação do Rei Charles III. A pergunta sobre o fundador do Wikileaks foi feita pela jornalista Sara Vivacqua, do DCM, que questionou a posição de Lula a respeito da prisão de Assange.

— O senhor venceu uma guerra híbrida e tem total consciência de que a liberdade de expressão e o direito de saber está ameaçado globalmente. Eu gostaria de saber qual é a sua opinião a respeito do preso político Julian Assange — interveio a jornalista.

Guantánamo


O petista agradeceu pela pergunta e disse que acha uma vergonha que a pessoa que denunciou falcatruas seja condenada a “morrer na cadeia”.

— Deus te abençoe por essa pergunta, Sara. É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra os outros esteja preso, condenado a morrer na cadeia e a gente não faça nada para libertar. É um negócio maluco, é gente que briga e fala em liberdade de expressão e o cara está preso porque denunciou as falcatruas e a imprensa não se mexe para a defesa desse jornalista — afirmou.

Em 2010, Assange publicou aproximadamente 250 mil arquivos, entre fotos, vídeos e documentos do Pentágono, dos Estados Unidos, que revelavam crimes de guerra cometidos pelos militares americanos e práticas de tortura contra detentos da prisão de Guantánamo, base militar dos EUA em Cuba.

No mês passado, parlamentares brasileiros entregaram à embaixada dos Estados Unidos em Brasília uma carta endereçada ao presidente Joe Biden, solicitando a retirada das acusações de espionagem contra o jornalista. No total, ele é acusado de 18 crimes relacionados à espionagem.

— Eu sinceramente não consigo entender. Quando chegar no Brasil vou ligar para o primeiro-ministro (Rishi Sunak), porque foi um assunto que esqueci de falar com ele — disse.

Albanese


Lula cobrou uma ação da imprensa mundial sobre o tema.

— Eu já mandei carta para o Assange, já publiquei carta, mas eu acho que é preciso um movimento da imprensa mundial na defesa dele. Não é na defesa dele enquanto pessoa, é na defesa da liberdade de denunciar. Ele não denunciou nada vulgar, denunciou que um estado estava vigiando os outros e isso virou crime. E a imprensa que defende liberdade de imprensa não faz um movimento para libertar este cidadão. É triste, mas é verdade. A gente precisa colocar as nossas teorias na prática de vez em quando para que a gente possa continuar falando em liberdade de expressão — acrescentou.

Até mesmo o conterrâneo do fundador do WikiLeaks saiu em sua defesa e disse esperar que se reveja tudo pelo qual Assange já passou, sugerindo que qualquer pena adicional contra ele agora seria excessiva. Os EUA deviam deixar de querer manter preso Julian Assange, declarou na véspera Anthony Albanese, primeiro-ministro da Austrália, citado pela agência norte-americana de notícias Associated Press (AP).

Albanese expressou sua frustração com os esforços contínuos de Washington para extraditar o fundador do WikiLeaks e cidadão australiano do Reino Unido para os EUA, dizendo que "não há nada a ser obtido com seu encarceramento contínuo”.

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