Líder da Câmara dos Comuns do Reino Unido contraria parlamentares pró-Brexit

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Publicado Quarta, 29 de Maio de 2019 às 09:37, por: CdB

O Brexit está completamente indefinido depois que May anunciou sua renúncia, provocando uma disputa de liderança no Partido Conservador que poderá levar ao poder um novo primeiro-ministro que busque uma ruptura mais decisiva com a UE.

Por Redação, com Reuters - de Londres

O presidente da Câmara dos Comuns do Reino Unido, John Bercow, planeja continuar no cargo, apesar das expectativas de que estava prestes a sair, o que pode enfurecer parlamentares a favor da separação britânica da União Europeia que acreditam que ele quer impedir uma saída sem acordo, segundo o jornal Guardian.
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Presidente da Câmara dos Comuns do Reino Unido, John Bercow
O presidente disse ao Guardian que não é “sensato deixar o cargo” com tantos assuntos importantes diante do Parlamento. – Eu nunca disse nada sobre partir em julho deste ano – afirmou Bercow ao jornal. “Sinto que este é um momento em que acontecimentos grandiosos estão ocorrendo e que há grandes assuntos a serem resolvidos, e nestas circunstâncias não me parece sensato deixar o cargo”. Em um discurso feito em Washington, Bercow disse que é “para os pássaros” pensar que o Parlamento pode ser posto de escanteio no debate sobre o Brexit. – A ideia de que o Parlamento será... isolado do palco central do debate sobre o Brexit é inimaginável. É simplesmente inimaginável – disse.

Renegociação

A União Europeia não renegociará o acordo do Brexit definido com a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na terça-feira, enquanto crescem os temores de que o sucessor de May possa iniciar um confronto com o bloco. O Brexit está completamente indefinido depois que May anunciou sua renúncia, provocando uma disputa de liderança no Partido Conservador que poderá levar ao poder um novo primeiro-ministro que busque uma ruptura mais decisiva com a UE. Um dos candidatos, o secretário de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, disse que buscar um Brexit sem acordo seria um “suicídio político”, uma reprimenda ao favorito, Boris Johnson, que disse na semana passada que o Reino Unido deveria deixar a UE com ou sem acordo até o final de Outubro. Hunt, que votou para permanecer na UE no referendo de 2016 mas agora aceita o Brexit, disse que tentaria buscar um novo acordo que tiraria o Reino Unido da união alfandegária com a Europa “respeitando preocupações legítimas” sobre a fronteira com a Irlanda. A UE, no entanto, disse que não haverá renegociação. – Terei uma reunião breve com Theresa May, mas sou claro: não haverá renegociação – disse Juncker antes de uma reunião de líderes da UE em Bruxelas. O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, disse acreditar que o risco de o Reino Unido sair do bloco sem um acordo de divórcio está crescendo. – Bem, há um risco crescente de um não-acordo. Há uma possibilidade de que o novo primeiro-ministro possa vir a repudiar o acordo de retirada – disse ele a jornalistas. Qualquer que seja o sucessor de May, ele terá de aceitar que o acordo de divórcio do Brexit acertado por ela não será ratificado pelo atual Parlamento britânico e uma solução para a questão da fronteira com a Irlanda, que incomoda muitos parlamentares, deve ser encontrada. Muitos apoiadores do Brexit rejeitaram o acordo de May por causa do mecanismo “backstop” que requer que o Reino Unido adote algumas das regras da UE indefinidamente, a não ser que um futuro acordo seja atingido para manter aberta a fronteira terrestre entre Irlanda do Norte e Irlanda. Sob as leis em vigência atualmente, o Reino Unido deixará a União Europeia automaticamente no dia 31 de outubro mesmo sem acordo, a não ser que o Parlamento aprove algum antes disso, a UE ofereça uma extensão do prazo, ou o governo revogue sua decisão de deixar o bloco.
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