Letônia apoia batalhão da SS nazista contra forças russas na Ucrânia

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Publicado Domingo, 13 de Março de 2022 às 14:15, por: CdB

A ministra acredita que a Prefeitura de Riga não pode proibir organizações como Daugavas Vanagi Latvija (Águias Daugava na Letônia) de colocar flores no Monumento à Liberdade, erguido em homenagem às SS nazistas.

Por Redação, com agências internacionais - de Riga
Com a decisão russa de ‘desnazificar’ a Ucrânia, a vizinha Letônia — que abriga forças nazistas desde o fim da II Guerra Mundial — recuou na decisão de promover “manifestações políticas” em 16 de março e 9 de maio, datas de forte "polarização étnica" no país. Em uma entrevista à Rádio Letã neste domingo, a ministra do Interior, Maria Golubeva, disse que colocar flores em 16 de março (Dia dos Veteranos da SS Waffen) será permitido, mas manifestações políticas "elogiando a agressão militar" serão impedidas.
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Todos os anos, cidadãos da Letônia depositam flores no monumento erguido às SS nazistas
A ministra acredita que a Prefeitura de Riga não pode proibir organizações como Daugavas Vanagi Latvija (Águias Daugava na Letônia) de colocar flores no Monumento à Liberdade, erguido em homenagem às SS nazistas. Ao mesmo tempo, afirmou Golubeva, seria errado organizar uma manifestação política, pois daria à mídia russa "hostil" outra razão para acusar a Letônia. — Parece-me que não seria muito correto organizar uma manifestação política este ano, pois isso, é claro, dará à mídia russa hostil razões adicionais para acusações contra a Letônia, que são ouvidas há muitos anos. Na minha opinião, isso não deve se transformar em um evento de polarização étnica — disse Golubeva.

Até no Brasil

Assim, a ministra do Interior admitiu que os russos na Letônia mantêm sua identidade e celebram feriados russos, mas a proposta de Golubeva de não acalorar a situação indica uma mudança no status quo da Rússia, que pode começar a realizar mais ativamente a "desnazificação" na Europa. Os letões de origem russa representam cerca de 25% da população, dos quais 27% não são cidadãos registrados no país. Atualmente, dados sobre aqueles que serviram na Legião Letã estão disponíveis na Internet. Um levantamento básico permite a localização dos militares nazistas ainda vivos. Assim, 19 nazistas vivem na Austrália, dois na Argentina, três no Brasil, quatro na Grã-Bretanha, 15 no Canadá, 32 nos Estados Unidos e 21 na Letônia. Em 18 de abril do ano passado, morreu o Cavaleiro Letão da Ordem das Três Estrelas Visvaldis Latsis. Ainda assim, a investigação contra ele prossegue, segundo o Comitê de Investigação da Federação Russa no final de setembro. Em 16 de março de 1944, ambas as divisões da Legião SS Letã se encontraram pela primeira vez em batalha contra o Exército Vermelho perto do rio Velikaya, perto da cidade de Ostrov, região de Pskov.

Cumplicidade

Na segunda-feira, em uma reunião extraordinária, o Saeima letão (equivalente à Câmara dos Deputados) adotou emendas à Lei de Segurança Nacional, permitindo que os cidadãos letões lutem ao lado da Ucrânia (leia-se nazistas ucranianos) como voluntários. De acordo com as emendas, os cidadãos letões que decidirem ir à Ucrânia para lutar como voluntários terão que se registrar na reserva das Forças Armadas Nacionais da Letônia. Esta será uma ocasião para o Comitê de Investigação da Federação Russa pensar em abrir um caso sobre a cumplicidade da Letônia com os nazistas da Ucrânia e levá-los em consideração no tribunal. Atualmente, as leis letãs proíbem os cidadãos do país de servir no exterior ou em forças armadas estrangeiras, organizações militares, serviços de inteligência ou segurança, polícia ou outras autoridades.
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