Lava Jato assina acordo milionário de leniência com estaleiro da Samsung

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Publicado Terça, 30 de Março de 2021 às 14:03, por: CdB

O acordo assinado pelo estaleiro Samsung Heavy Industries (SHI) foi homologado pela Câmara de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF). A empresa vai pagar R$ 811,79 milhões por ter praticado atos de corrupção e lavagem de dinheiro para obter contratos com a Petrobras, intermediados pelo então deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ).

Por Redação - de Curitiba e São Paulo

A multinacional sul-coreana Samsung assinou, nesta terça-feira, um acordo de leniência no âmbito da Operação Lava-Jato, no valor de R$ 811 milhões. A penalidade cumprida pela empresa admite o pagamento de subornos, no Brasil, para construção de um estaleiro contratado pela Petrobras.

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A Samsung é dona de um dos maiores estaleiros do mundo, com filiais e associações no Brasil

O acordo assinado pelo estaleiro Samsung Heavy Industries (SHI) foi homologado pela Câmara de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF). A empresa vai pagar R$ 811,79 milhões por ter praticado atos de corrupção e lavagem de dinheiro para obter contratos com a estatal do petróleo, segundo nota distribuída aos investidores, nesta manhã.

Comissões

O ex-deputado Eduardo Cunha, que figura no processo, foi condenado em primeira instância no ano passado em processo no qual era acusado pelo MPF de ter recebido propinas do estaleiro entre 2012 e 2014. Do montante a ser pago pelo Samsung Heavy Industries, R$ 705,9 milhões serão destinados à estatal brasileira. Os restantes R$ 105,89 milhões serão pagos à União.

Ainda em nota, o MPF ainda afirmou que "a empresa já cumpriu quase a integralidade do acordo”. O estaleiro SHI, que é um dos maiores do mundo, já havia concordado, em novembro de 2019, em pagar US$ 75 milhões (R$ 314 milhões à época) em acordo feito com o Departamento de Justiça (DoJ) norte-americano. O valor seria uma indenização pelo suborno de intermediários no Brasil por parte da companhia sul-coreana.

A SHI admitiu à Justiça dos Estados Unidos ter pago, entre 2007 e 2013, cerca de US$ 20 milhões (R$ 83 milhões à época) em comissões a um intermediário brasileiro, sabendo que parte desse dinheiro era suborno a funcionários da Petrobrás para garantir vantagens em negócios com a empresa.

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