Juros médios voltam a subir, apesar da economia brasileira em frangalhos

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Publicado Quinta, 27 de Fevereiro de 2020 às 12:55, por: CdB

O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, avançou a 0,4 ponto percentual no mesmo período, a 28,3 pontos percentuais. Por sua vez, a inadimplência em recursos livres subiu 0,1 ponto, a 3,8%.

Por Redação - de Brasília
O estoque total de crédito no Brasil caiu 0,4% em janeiro sobre dezembro, a R$ 3,463 trilhões, num mês marcado por elevação dos juros médios apesar da queda acentuada no custo do cheque especial, divulgou o Banco Central nesta quinta-feira. Considerando o segmento de recursos livres, no qual as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras, os juros médios subiram em janeiro a 33,7% ao ano, contra 33,4% em dezembro, embora a economia brasileira esteja crescendo perto da nulidade.
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As taxas de juros no cheque especial, cobradas no Brasil, estão entre as mais altas do mundo
O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, avançou a 0,4 ponto percentual no mesmo período, a 28,3 pontos percentuais. Por sua vez, a inadimplência em recursos livres subiu 0,1 ponto, a 3,8%. Olhando para as modalidades mais caras, o cheque especial viu seus juros médios caírem 82 pontos percentuais sobre dezembro, a 165,6% ao ano, no primeiro mês em que passou a valer um limite para os juros do produto de 8% ao mês imposto pelo BC.

Cheque

A taxa mensal do produto ficou em 8,5%, contra 10,9% ao mês em dezembro. Em nota, o BC destacou que a estatística da taxa média de juros inclui os juros remuneratórios do cheque especial, que foram objeto da limitação anunciada no fim do ano passado, mas também os encargos fiscais e operacionais incidentes sobre a operação de crédito, bem como descontos decorrentes de benefício de prazo com isenção ou redução de juros na utilização do cheque especial. Os juros médios no rotativo do cartão de crédito, por sua vez, sofreram ligeira variação para baixo, passando a 316,8% ao ano em janeiro, recuo de 2 pontos sobre dezembro.

Recursos

Em 12 meses, a alta do crédito no país foi de 7%. Para 2020, o BC previu em dezembro um crescimento de 8,1% no estoque de crédito, após elevação de 6,5% no ano passado. Ao reduzir a taxa básica de juros a 4,25% neste mês, seu novo piso histórico, o BC avaliou que o maior papel desempenhado pelo crédito com recursos livres e pelo mercado de capitais devem impactar a transmissão da política monetária, parte da sua leitura de que o ajuste já feito nos juros básicos ainda vai surtir efeitos na economia à frente. Em janeiro, o crédito livre passou a responder por 27,4% do PIB e o direcionado, a 20,1%. Um ano antes, esses percentuais eram de 25,3% e 21,6%, respectivamente. Na semana passada, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, também disse ser “natural” que, no atual ambiente econômico, boa parte dos 135 bilhões de reais liberados às instituições financeiras com as medidas de redução de compulsórios e ajuste nas regras de requerimentos de liquidez seja direcionada a empréstimos.
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