Juiz manda prender o ex-deputado Protógenes Queiroz

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Publicado Terça, 02 de Abril de 2024 às 12:59, por: CdB

A decisão da Justiça de SP ocorre no âmbito de uma ação movida pelo banqueiro Daniel Dantas, um dos alvos da Operação Satiagraha, que tinha Protógenes como chefe das investigações. 


Por Redação, com CartaCapital - de São Paulo


A Justiça Federal de São Paulo determinou a prisão preventiva do ex-deputado federal e ex-delegado da Polícia Federal, Protógenes Pinheiro de Queiroz.




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O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) durante discurso na Câmara em julho de 2013. Ele investigou Daniel Dantas

A Corte determinou, ainda, que o nome do ex-parlamentar, que vive na Suíça desde 2015, seja incluído na lista vermelha de procurados da Interpol.


A decisão da Justiça de SP ocorre no âmbito de uma ação movida pelo banqueiro Daniel Dantas, um dos alvos da Operação Satiagraha, que tinha Protógenes como chefe das investigações.


O banqueiro acusa Protógenes de quebra de sigilo funcional ao promover o vazamento de dados do inquérito.


O juiz Lopes Júnior, da 6ª Vara Federal, apontou que o ex-delegado estaria se esquivando da citação, ou seja, ocultando sua localização para não receber intimações e, assim, adiar e tumultuar o andamento do processo.


Ao decidir pela prisão, a Justiça Federal diz que teria tentado de todas as formas intimar Protógenes, inclusive por meio de cooperação jurídica internacional, para que o ex-deputado respondesse às acusações de Dantas, mas não obtiveram sucesso.


No último ano, advogados de Queiroz apresentaram um pedido de habeas corpus para tentar trancar a ação penal contra ele. Na visão do juiz, o pedido feito pela defesa do ex-deputado evidencia que ele tinha ciência do processo em andamento e estaria tentando dificultar a atuação da Justiça.


– Mesmo ciente da situação [pelo pedido de HC], o acusado tem se ocultado, com o único intuito de fugir e não ser encontrado, evitando, assim, ser processado ou investigado – escreve Lopes Júnior.



Relembre a operação


A Operação Satiagraha investigou uma dezena de pessoas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Entre os investigados estava Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e o financista Naji Nahas.


Em 2015, Protógenes chegou a ser condenado pelo STF a dois anos e seis meses de prisão por vazamento de informações a jornalistas no âmbito da operação, com possibilidade de substituição de pena por serviços comunitários. A Operação comandada por ele foi também anulada, em 2011, pelo Superior Tribunal de Justiça que acolheu a tese da contaminação do processo por provas obtidas ilegalmente.




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