Publicado Terça, 15 de Fevereiro de 2022 às 11:54, por: CdB
O Kremlin tem rígidas regras sanitárias e exige que Bolsonaro permaneça confinado aos seus aposentos, em Moscou, até o encontro com Putin, segundo apurou o correspondente internacional Jamil Chade. O brasileiro precisou fazer um teste de covid-19 no avião e mais um será realizado em solo.
Por Redação, com agências internacionais - de Moscou
O presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou na manhã desta terça-feira na Rússia, onde se encontrará com o presidente do país, Vladimir Putin. A reunião ocorre na quarta-feira. Até lá, o brasileiro está com a agenda vazia e restrita ao hotel, onde permanecerá em quarentena por determinação do governo russo.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido no aeroporto, com honras militares, e levado até o hotel, onde permanecia confinado porque não tomou a vacina
O Kremlin tem rígidas regras sanitárias e exige que Bolsonaro permaneça confinado aos seus aposentos, em Moscou, até o encontro com Putin, segundo apurou o correspondente internacional Jamil Chade. O brasileiro precisou fazer um teste de covid-19 no avião e mais um será realizado em solo.
O Itamaraty ainda tentava, nesta manhã, reverter a exigência de quarentena, com poucas chances de sucesso. Outro fato que causa incômodo no Itamaraty são as regras impostas pelo governo russo para a hora do encontro com Putin. Bolsonaro terá de comparecer sozinho, somente com a presença de um intérprete.
Recuo
Nem mesmo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, poderá entrar. O temor é de que, sem ajuda, Bolsonaro possa cometer gafes e deslizes e fechar acordos que poderiam colocar o Brasil em situações difíceis.
O nível do diálogo pode ser medido na publicação que o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, notório demolidor das políticas ambientais no país, encaminhou às suas redes sociais para promover a imagem de Bolsonaro. Ele disparou uma notícia falsa tão grotesca que virou motivo de piada entre os internautas.
Salles compartilhou uma imagem falsa, dizendo que o canal CNN atribuiu a participação decisiva do mandatário para evitar uma Terceira Guerra Mundial entre a Rússia e a Ucrânia. “Putin sinaliza recuo na Ucrânia, presidente Bolsonaro evitar a Terceira Guerra Mundial”, diz a mensagem.
‘Falta de tato’
Após saber que Bolsonaro estará sozinho, frente a frente com Putin, o Itamaraty o advertiu a, em momento algum, citar a tensão entre o país e a Ucrânia durante o encontro. Se provocado por Putin, Bolsonaro deve fazer apenas comentários superficiais sobre a questão, segundo orientações da diplomacia brasileira.
Fontes diplomáticas relataram a jornalistas da mídia conservadora que acompanha a comitiva, no entanto, temor em relação a "falta de tato" de Bolsonaro, que pode se atrapalhar caso tenha que tocar no assunto.
Na agenda oficial, os presidentes da Rússia e do Brasil vão discutir apenas o fortalecimento da parceria estratégica, bem como o desenvolvimento da colaboração na economia, cultura e ciência. A informação foi prestada nesta terça-feira pelo serviço de imprensa do Kremlin.
Cooperação
"No dia 16 de fevereiro, ocorrerão as negociações do presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, com o presidente da República Federativa do Brasil, Jair Bolsonaro, que estará na Rússia em visita oficial", diz o comunicado.
De acordo com o comunicado, os lados planejam abordar as questões do fortalecimento da parceria estratégica russo-brasileira, o desenvolvimento da cooperação nas esferas econômico-comercial, técnico-científica, cultural e humanitária. O mandatário brasileiro vai chegar à capital russa hoje e ficará em Moscou de 15 a 17 de fevereiro.
