"É muito grave o que está acontecendo nesse momento no Oriente Médio. Não se trata de ficar discutindo quem está certo e quem está errado, quem deu o primeiro tiro e quem deu o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra”, afirmou Lula.
Por Redação - de Brasília
Em nova manifestação do governo brasileiro contra a campanha militar de Israel contra os palestinos que vivem na Faixa de Gaza, o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, o deputado licenciado Paulo Pimenta (PT) chamou de "cúmplice" quem silencia diante do genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza.
"Quem cala diante do genocídio em Gaza é cúmplice. Nada, nada justifica a morte de crianças e civis inocentes. Não podemos silenciar. Condenamos os atos terroristas e o sequestros, mas nada justifica o extermínio de palestinos. É preciso um imediato cessar fogo e um corredor humanitário", publicou, noite passada, no X, ex-Twitter.
Genocídio
Em outras publicações nos últimos dias, o ministro também condenou os bombardeios contra os palestinos. Um vídeo publicado por Pimenta mostra crianças feridas sendo atendidas no chão de um hospital.
"Ninguém pode silenciar diante disso", escreveu, acrescentando a hashtag '#BastadeGenocídio'.
Na última quarta-feira, o presidente Lula (PT) também classificou claramente os ataques israelenses contra Gaza como genocídio.
"É muito grave o que está acontecendo nesse momento no Oriente Médio. Não se trata de ficar discutindo quem está certo e quem está errado, quem deu o primeiro tiro e quem deu o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra. Sinceramente, não sei como um ser humano é capaz de guerrear sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de criança inocente”, afirmou Lula
Fome e sede
O cerco israelense que estrangula há semanas a Faixa de Gaza faz seus mais de 2 milhões de habitantes temerem, além da morte pelos bombardeios constantes, morrer por falta de água, comIda e remédios, afirmou Yasmeen El-Hasan, militante da União dos Comitês de Trabalhos Agrícolas na Palestina.
— Mesmo que sobrevivam às bombas, os moradores de Gaza temem morrer de fome e sede. Israel usa claramente essa estratégia como arma de guerra. Antes de 7 de outubro (data do ataque do Hamas que motivou a ofensiva militar israelense) a água já não era potável. Agora, a pouca que há não serve nem para banho ou lavar as mãos. É fonte de infecções. Ainda assim, quem está lá é obrigado a beber qualquer líquido que conseguir. Israel destruiu a maior parte da infra estrutura hídrica e sanitária, o plano é que os palestinos desistam de suas terras — afirmou El-Hasan.
Segundo a assistente social, “suas vidas, seus sustentos, futuro, foram inviabilizados”.
— É uma crise humanitária arquitetada por um governo contra uma população subjugada — acrescentou El-Hasan durante webinário realizado neste domingo pelo movimento popular Via Campesina, com a presença de representantes de entidades palestinas.
Ocupação
O cerne da questão árabe-israelense é a forma como o Estado de Israel foi criado, em 1948, com inúmeros pontos não resolvidos, como a esperada criação de um Estado árabe na região da Palestina, o confisco de terras e a expulsão de palestinos que se tornaram refugiados nos países vizinhos.
A decisão pela criação dos dois Estados foi tomada no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) e aconteceu sem a concordância de diversos países árabes, gerando ainda mais conflitos na região.