General Heleno entra na lista dos articuladores do golpe frustrado

A ausência de resposta do GSI ao ataque golpista foi apontada pelo governo logo após o episódio. O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse em entrevista coletiva que existe um contingente dedicado à proteção da sede da Presidência da República e que "esse contingente não atuou”.

Por Redação - de Brasília

Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno passou a ser considerado suspeito a ser investigado nos inquéritos que apuram os atos terroristas ocorridos em 8 de janeiro. O GSI, que deveria ter atuado para proteger o patrimônio público, teve sua inação relacionada à atuação dos militares comandados por Heleno para desestabilizar a democracia no país, segundo especialistas ouvidos pela agência alemã de notícias DW sobre as atribuições do ministério responsável pela segurança do Palácio do Planalto.

A ausência de resposta do GSI ao ataque golpista foi apontada pelo governo logo após o episódio. O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse em entrevista coletiva que existe um contingente dedicado à proteção da sede da Presidência da República e que "esse contingente não atuou”.

Traficante

O general Augusto Heleno também autorizou a exploração de ouro numa área de 9,8 mil hectares vizinha à Terra Indígena Yanomami, em Roraima, apenas algumas horas antes de ser exonerado do cargo, no apagar das luzes do governo Bolsonaro. A beneficiária do ato é uma mulher que já cumpriu pena de prisão por tráfico de drogas e que foi denunciada pelo Ministério Público (MP) por receptação de furtos. Creusa Buss Melotto, que também é suspeita de contribuir financeiramente para o golpe de Estado fracassado, recebeu de Heleno o chamado assentimento prévio, uma autorização necessária à mineração na faixa de fronteira, que se estende por uma largura de 150 km. Heleno não respondeu aos pedidos de entrevista feitos pela reportagem do Correio do Brasil, nesta manhã.