Festival 'Brasil é Terra Indígena' começa em Brasília, confira a programação

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Publicado Quarta, 13 de Dezembro de 2023 às 12:00, por: CdB

O festival é criado e promovido pelo coletivo Mídia Indígena com o apoio institucional do Ministério dos Povos Indígenas e tem como patrocinador oficial o Instituto Cultural Vale, articulação do Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) e também com o apoio do Ministério da Cultura.


Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília


Começou nesta quarta-feira, em Brasília, o Festival Brasil é Terra Indígena, que reunirá uma síntese da diversidade de pensamentos e estéticas dos mais de 300 povos indígenas do Brasil com uma ampla feira de arte e uma série de debates. São dois dias de evento no Museu Nacional da República.




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Mais de 14 artistas integram programação musical do festival

Trabalhos de mais de 80 artistas dos seis biomas brasileiros estarão expostos na Feira de Arte dos Povos Indígenas, aberta das 9h às 20h, no edifício anexo do Museu Nacional. Já a série de talk shows, que debate temas como moda e crise climática, acontecem no Espaço Tecnologia e Ancestralidade, instalado no Auditório II do museu.


Participam da exposição povos Yanomami, Macuxi, Terena, Baré, Ashaninka, Kadiwéu, Guarani, Guajajara, Tremembé, Wauja e Mehinaku. "Há muitos anos me relaciono com vários grupos indígenas de todo o Brasil, então a ideia é retratar a diversidade de belezas da arte ligada à ancestralidade, e apresentar a riqueza dos saberes de convivência e proteção desses biomas, porque a relação da arte indígena está muito conectada ao bioma, na relação que se estabelece ao viver completamente integrado na sabedoria da relação com a natureza", explica o curador Marcelo Rosenbaum.


O arquiteto curador acredita que a compreensão do que é a arte indígena passa por entender que tanto objetos decorativos quanto aqueles que podem ser usados no dia a dia “reverenciam os animais, a natureza como um todo, mas também serem encantados, seres que estão além do material. Além da beleza, também está o respeito e reconhecimento dos valores que vêm dos saberes e do imaginário dos artistas originários, porque essa é a arte originária do que hoje a gente chama de Brasil. Aí temos mais uma função da feira, que é preservar, honrar e valorizar esses povos e sua arte”, ressalta.


O festival é criado e promovido pelo coletivo Mídia Indígena com o apoio institucional do Ministério dos Povos Indígenas e tem como patrocinador oficial o Instituto Cultural Vale, articulação do Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) e também com o apoio do Ministério da Cultura. A feira e os talk shows têm patrocínio do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.



Debates contemporâneos


O Espaço Tecnologia e Ancestralidade foi criado para abrigar debates e rodas de conversa. A série de rodas de conversa Comunicação Indígena e Suas Narrativas contará com a participação de entidades e associações como Mídia Indígena, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Coordenação de Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Grande Assembleia dos Povos Guarani e Kaiowá (ATy Guasu), Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), Articulação dos Povos Indígenas da Região Sudeste (Arpinsudeste), Comissão Guarani Yvyrupa e o Conselho do Povo Terena.


Japupromti Parkatêjê, do povo Gavião do Pará e membro do Mídia Indígena, explica que “o objetivo é dar visibilidade ao protagonismo dos povos indígenas em diversos temas e a conexão dessa diversidade com a riqueza cultural que existe no Brasil, além de entender as questões específicas de cada povo e buscar soluções coletivas para uma luta que é de todos”. “Pensamos em reunir temas que possam fortalecer a luta coletiva dos povos indígenas de todos os biomas, e vamos discutir desde a moda até questões climáticas”, complementa.



Música


Destaques indígenas na música brasileira contemporânea integram o line-up do festival: Djuena Tikuna, Kaê Guajajara, Siba Puri, DJ Rapha Anacé, Tainara Takua, Gean Pankararu, Heloisa Araújo Tukue, Brisa Flow, DJ Eric Terena, MC Anarandá, Katú Mirim, Òwerá, Edvan Fulni-ô, Suraras do Tapajós, Brô MC's, DJ Scott Hill, DJ Italo Tremembé, e Grandão Vaqueiro.


Os artistas Gaby Amarantos, Xamã, Lenine, Mariene Castro e  Felipe Cordeiro dividirão palco com os artistas indígenas. “Queremos dar espaço a quem já tem estrada e a quem está começando. Para promover um grande intercâmbio e fortalecer o teor político do festival, convidamos artistas não-indígenas consagrados na indústria musical que sejam aliados da nossa causa”, explica Priscila Tapajowara, coordenadora do Brasil É Terra Indígena.



Confira a programação completa


Quarta-feira - 13 de dezembro


11h - Talk Show: Comunicação Indígena e suas Narrativas


Mediação: Erisvan Guajajara - Mídia Indígena


Convidados: Samela Sateré Mawé - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); Mitã Xipaya - Coordenação de Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab); Sally Nhandewa - Grande Assembleia dos povos Guarani e Kaiowá (Aty Guasu); Ziel Karapotó - Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste de Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme); Gabriel Karai - Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul); Jovino Guarani - Comissão Guarani Yvyrupa (CGY); Cicero Terena - Conselho do Povo Terena e Vanessa Kaingang - Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ArpinSul)


14h - Talk Show: Economia ancestral e a Sociobiodiversidade


Mediadora: Tipuici Manoki - Comunicadora e artesã indígena


Convidados: Lu Tariano - Coordenadora do Departamento de Negócios Socioambientais da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN); Adriana Ramos - Secretária Executiva do Instituto Socioambiental e coordenadora do Observatório do Clima; Lucia Alberta - Diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); Juliano Salgado - Cineasta e Presidente do Instituto Terra e Marcelo Rosenbaum - Fundador do Instituto A Gente Transforma, arquiteto e designer


16h - Talk Show: Diálogo sobre a ocupação indígena na moda


Mediação: Samela Sateré Mawé - comunicadora e influenciadora digital


Convidados: Patricia Naiara Kamayura - Estilista indígena Xingu; Rodrigo Tremembé - Estilista e design de moda; Weena Tikuna - Artista indígena e produtora de moda; Sioduhi Lima - Estilista do povo Piratapuya


17h30 - Talk Show: Música Indígena no Topo


Mediadora: Djuena Tikuna


Convidados: Brô MCs; Heloisa Araújo Tukue; Erick Terena; Gean Pankararu; Edvan Fulni-ô ; Owerá; Katú Mirim


Atrações musicais


18h - DJ Ítalo Tremembé


19h30 - Heloisa Araújo Tukue 


20h00 - Anarandá MC 


20h30 - Katú Mirim


21h00 - Gean Pakararu e Lenine 


21h30 - Kaê Guajajara 


22h00 - Grandão Vaqueiro 


22h30 - Òwerá 


23h - Brô MC´s e Xamã 


00h - DJ Scott Hill


Quinta-feira - 14 de dezembro


10h - Talk Show: Questões climáticas, o que é isso?


Mediadora: Jozileia Kaingang


Convidados:  Marina Silva - ministra do Meio Ambiente; Max Maciel - Deputado Distrital; Conceição Amorim - Assistente social e professora do estado do Maranhão; Beka Munduruku - Comunicadora da Mídia Indígena e do Coletivo Daje Kapap Eypi e Suliete Baré - Coordenadora geral de Enfrentamento à Crise Climática do Ministério dos Povos Indígenas (MPI)


Atrações musicais


18h - DJ Rapha Anacé


19h - Siba Puri


19h30 - Edivan Fulni-ô 


20h - Ato Político “Brasil é Terra Indígena”


21h - Tainara Takua 


21h30 - Djuena Tikuna e Mariene de Castro 


22h - Brisa Flow 


22h30 - Suraras dos Tapajós, Gaby Amarantos e Felipe Cordeiro 


23h30 - DJ Eric Terena


Festival Brasil É Terra Indígena


Feira de Arte dos Povos Indígenas: 13 e 14 de dezembro, das 9 às 20h


Espaço Tecnologia e Ancestralidade: talk shows dias 13 e 14 de dezembro, a partir das 10h


Atrações musicais: 13 dezembro, a partir das 19h, e 14 de dezembro, a partir das 18h


No Museu Nacional da República (Setor Cultural Sul, Lote 2)


Entrada Gratuita


Classificação etária: livre






Edição digital

 

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