Europa impõe sanções ao governo Bolsonaro, por devastação ambiental

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Publicado Terça, 13 de Setembro de 2022 às 11:25, por: CdB

A legislação prevê que empresas europeias garantam que o abastecimento de carne, soja, cacau e outros produtos não ocorra de uma forma que desmate florestas e foi aprovada por 453 votos favoráveis, ante 57 contrários e 123 abstenções. Cada um dos países do bloco econômico agora precisará aprovar a medida, junto aos seus parlamentos.

Por Redação, com agências internacionais - de Bruxelas
Na mais pesada derrota do governo de Jair Bolsonaro (PL) no campo diplomático, ao longo de seu mandato, o Parlamento Europeu impôs, nesta terça-feira, uma resolução que estabelece sanções contra o Brasil por conta do avanço do desmatamento no país. A legislação foi aprovada por 453 votos favoráveis, ante 57 contrários e 123 abstenções.
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Incêndios criminosos estão entre as ocorrências que contribuem para a devastação da Amazônia
“A proposta prevê que empresas europeias garantam que o abastecimento de carne, soja, cacau e outros produtos não ocorra de uma forma que desmate florestas”, repercutiu o correspondente Jamil Chade, no portal de notícias UOL. Embora o projeto precise ser aprovado por cada um dos 27 países membros da União Europeia, o "passo no Parlamento foi considerado como histórico”.

Interesses

“A lei dos europeus é de impedir o que chamam de 'importação do desmatamento'. Na prática, o que querem é elevar barreiras a produtos agrícolas que tenham sido cultivados em locais recentemente desmatados. Ou seja: se ficar provado que a soja exportada pelo Brasil foi responsável pelo desmatamento, a UE poderá ampliar as tarifas cobradas contra os produtos nacionais”, afirmou Chade, em sua coluna. Ainda segundo o jornalista, “a aprovação no Parlamento é também considerada como uma constatação do fracasso da diplomacia de Bolsonaro, tanto no que se refere aos temas ambientais como no que toca à capacidade do governo de negociar os interesses comerciais brasileiros no exterior”.

Acordos

O governo Bolsonaro liderou um grupo de países emergentes para tentar impedir que a Europa aplique medidas protecionistas alegando que “tais barreiras podem violar os tratados internacionais”, além de “aprofundar a pobreza, sem efeitos para a conservação da floresta. O grupo ainda alerta que a proposta poderia violar os acordos comerciais da Organização Mundial do Comércio (OMC)”. O documento foi assinado pelos os embaixadores da Argentina, Colômbia, Gana, Guatemala, Costa do Marfim, Nigéria, Paraguai, Peru, Honduras, Bolívia, Equador e Malásia, além do Brasil e da Indonésia.
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