Resultado da votação no Estado conservador pode impulsionar movimento pró-aborto e campanha democrata nas eleições legislativas, semanas após Suprema Corte revogar proteção federal à prática em todo o país.
Por Redação, com DW - de Washington
Os eleitores do Estado norte-americano do Kansas rejeitaram por ampla margem na terça-feira uma emenda que visava remover a proteção ao direito ao aborto da Constituição estadual. O resultado foi uma vitória significativa para o movimento pró-aborto, por se tratar da primeira decisão estadual sobre a questão através do voto desde a decisão da Suprema Corte dos EUA, em junho, que derrubou a proteção federal ao aborto legal no país. A rejeição à emenda à Constituição do Kansas aumentou as esperanças do Partido Democrata, do presidente Joe Biden, de que a questão possa impulsionar a legenda nas eleições legislativas em novembro, que deverão ser marcadas pela questão econômica em meio à alta da inflação nos EUA. Analistas políticos já davam como certa a aprovação da emenda, uma vez que os apoiadores do Partido Republicano costumam comparecer em maior número às eleições primárias estaduais nos EUA, onde voto não é obrigatório. No entanto, o comparecimento dos demais eleitores foi maior do que o esperado. Com 98% dos votos apurados, 59% dos votantes optaram pela preservação do direito ao aborto, contra quase 41% que apoiaram a emenda. O resultado ainda impede os legisladores do Estado, na maioria, republicanos, de aprovar restrições ao direito no Kansas, que se tornou um dos principais locais de acesso à prática no centro-oeste americano.