A emissora alemã, embaixador do país na Copa afirmou que homossexuais precisam aceitar regras locais e que ser gay é um "haram". Escolha do Qatar para sediar Mundial foi alvo de críticas por situação de direitos humanos.
Por Redação, com DW - de Berlim
O embaixador do Qatar na Copa do Mundo, Khalid Salman, afirmou que a homossexualidade é um "dano mental". A afirmação foi feita pelo ex-jogador de futebol do país durante uma entrevista à emissora alemã de televisão ZDF.
– Durante a Copa, muitas coisas virão para o nosso país. Vamos falar de gays, por exemplo. Mas o mais importante é que todos aceitarão que eles venham aqui. No entanto, eles precisarão aceitar nossas regras – afirmou Salman, em trecho da entrevista divulgado na segunda-feira.
O embaixador salientou que a homossexualidade seria um haram, um pecado proibido pelo islã. "É um dano mental", acrescentou. Após esse comentário, o porta-voz do Comitê Organizador do Mundial do Catar encerrou abruptamente a entrevista.
Copa do Mundo
O Qatar tem sido criticado como anfitrião da Copa do Mundo devido à situação dos direitos humanos no país. A homossexualidade é considerada crime no emirado.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, exigiu do governo local na semana passada garantias de segurança para membros da comunidade LGBTQ que irão ao Mundial. O governo do Qatar reagiu ao pedido com irritação, afirmando que todos são bem-vindos no país e que ninguém é discriminado.
No último sábado, torcedores alemães pediram em estádios o boicote ao torneio. Os capitães de algumas seleções da Europa, entre elas Alemanha, França e Inglaterra, pretendem usar braçadeiras com a bandeira do arco-íris e a mensagem One Love, numa campanha contra a discriminação.
O Qatar espera receber 1,2 milhão de visitantes internacionais durante a Copa. A escolha do país em 2010 pela Fifa para sediar o Mundial foi alvo de críticas e ceticismo. A Copa do Mundo de 2022 será disputada de 20 de novembro a 18 de dezembro.