Em depoimento, Freire Gomes diz que Bolsonaro tinha minuta do golpe

O depoimento do brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, também confirmou os planos para o golpe. O depoimento de Freire Gomes foi considerado pelos investigadores como "consistente" e "revelador".

Por Redação - de Brasília

Em depoimento à Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que apura o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro, que tentava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, relatou que “foram apresentadas a ele pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, duas versões da minuta do golpe, avisando que aquilo tinha que ser implementado”. A informação foi apurada pela jornalista Míriam Leitão, em sua coluna no diário conservador carioca O Globo, nesta terça-feira.

Ainda segundo a colunista, o depoimento do brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, também confirmou os planos para o golpe. O depoimento de Freire Gomes foi considerado pelos investigadores como "consistente" e "revelador", uma vez que ajuda a preencher lacunas sobre a reunião em que se discutiu detalhes do plano golpista, seus participantes e os detalhes do encontro.  

Reunião

A minuta que tentava dar uma aparência de legalidade ao golpe planejado, encontrada no gabinete de Bolsonaro na sede do PL, reforçou a consistência das resposta de Gomes Freire. “O ponto central dos depoimentos, principalmente o do general Freire Gomes, é que o próprio presidente apresentou a minuta. Foi Bolsonaro também quem chamou reservadamente no Alvorada, o general Estevam Theophilo, comandante do Coter, o comando das Operações Terrestres, onde teria mostrado o ‘firme propósito de implementar o que estava escrito”, acrescenta. Aos investigadores, Theophilo disse que participou da reunião a mando de Freire Gomes.